NFJ#460 🍂 A cobertura da maior catástrofe natural do RS
Por que organizações de notícias podem estar erradas ao licenciar conteúdo para IA | (In)segurança dos jornalistas | Por que jornalistas deixam a profissão | Baixe o guia de cobertura de feminicídios
Olá!
Excepcionalmente, Giu aqui abrindo a newsletter dessa sexta-feira em meio a mais uma catástrofe ocasionada pela emergência climática no Rio Grande do Sul. Mais uma que nos afeta diretamente, mas dessa vez com uma intensidade um pouco maior: Moreno mora na zona sul de Porto Alegre, a poucos metros do Guaíba, que hoje deve atingir o seu maior nível histórico - durante a manhã, já estava 1,50 acima da cota de inundação, mas a prefeitura sequer está conseguindo fazer a medição direito. A água começou a entrar na casa do pai do Moreno, num bairro vizinho, e já está próxima da sua. Enquanto torcemos para que isso não aconteça, falamos sobre a cobertura de mais essa catástrofe e alguns outros assuntos. A trilha sonora, infelizmente, vem da chuva, que não para, e da televisão e do rádio ligados o dia todo em busca de notícias melhores.
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Hoje assinamos a newsletter eu (GC), Lívia (LV) e Moreno (MO).
🍂 A cobertura de mais uma catástrofe ligada à emergência climática I. Pouco mais de sete meses depois de fortes chuvas causarem enchentes, devastarem cidades inteiras do Vale do Taquari e deixarem mais de 50 pessoas mortas, o Rio Grande do Sul volta a enfrentar os efeitos de novas enxurradas, no que o governador Eduardo Leite classificou como "o maior desastre climático do estado". Municípios como Muçum estão tendo de lidar com a terceira cheia seguida do rio Taquari em um curto período de tempo. Durante o inverno de 2023, o estado também passou por diversos ciclones sucessivos. Esses eventos climáticos adversos em sequência têm ligação direta com o aquecimento dos oceanos, que gera mais energia para a formação de chuvas nunca antes vistas na região. Já sabemos há tempos que, devido ao aquecimento global, eventos extremos como esses vão se tornar cada vez mais frequentes. O problema é que, mais uma vez, o jornalismo parece ter demorado a cumprir o seu papel. Até o início da tarde de quarta-feira (01/05), quando já chovia quase que ininterruptamente há quatro dias, o site GZH do Grupo RBS, afiliado da Rede Globo e líder de audiência no estado, limitava-se a contar mortos (naquele momento, eram 10) e veicular vídeos dos estragos causados pelas enchentes (a maioria feitos pelos próprios moradores das regiões afetadas e divulgados nas redes sociais e grupos de WhatsApp). No início da noite, embora o g1 já chamasse a tragédia em sua manchete principal, ainda reproduzia informações veiculadas pela RBS e fornecidas pelas vias oficiais. E a Folha de S. Paulo preferia noticiar a manutenção dos juros nos Estados Unidos e uma preocupação do banco central americano com a inflação.
Cada um com os seus problemas.
Irritado, eu já questionava no grupo de WhatsApp do Farol Jornalismo: "O papel do Estado é só emitir alerta, declarar luto de três dias e depois consertar (parte do) que foi destruído? E o papel do jornalismo é só reportar o que está acontecendo quase sem questionar as autoridades, e muito menos o nosso modelo de sociedade?" Assim, acionei Daniel Nardin, diretor da Amazônia Vox e instrutor da Solutions Journalism Network e do curso de jornalismo de soluções do Knight Center e ele disse o seguinte: "Mesmo coberturas factuais de grandes desastres naturais como o que está acontecendo no Rio Grande do Sul podem ter matérias suitando em paralelo enquanto acontece o problema que sejam instrutivas e apresentem soluções práticas. O jornalismo de soluções costuma ter uma abordagem mais aprofundada, mas também pode ser mais direto ao ponto para mostrar, por exemplo, como foram desenvolvidas soluções de acolhimento das pessoas", disse. Algumas dicas estão nos guias da SJN sobre emergências climáticas. (GC)
🍂 A cobertura de mais uma catástrofe ligada à emergência climática II. Justiça seja feita, a cobertura de GZH melhorou bastante ao longo da tarde do feriado do Dia do Trabalhador e no dia seguinte: a contagem de mortos persistiu, mas mais matérias de serviço foram publicadas (alertas de mais chuvas, inundações e deslizamentos, como ajudar as vítimas, listagem de todas as rodovias com trechos bloqueados, suspensão das aulas na rede pública, orientações da defesa civil, etc). Contudo, como observou a professora da Universidade Federal de Pelotas Raquel Recuero, boa parte desse conteúdo de interesse público permaneceu escondido atrás de um paywall, restrito apenas para assinantes:
"O jornalismo acabou qdo a gente tem um estado de calamidade pública, onde a informação (e os avisos, tipo: o rio vai subir, saiam de tal lugar) precisam chegar para as pessoas e os caras colocam paywall. Aí as pessoas vão pra onde? Para as plataformas. Onde tem informação de autoridades diretamente, mas também muita desinformação. Parece que o próprio jornalismo enterra a faca em si mesmo. Além de perder totalmente sua função social. E sério, não é a primeira vez que os principais veículos do RS são INCAPAZES de tirar o paywall ao menos das informações mais relevantes para SALVAR AS PESSOAS. Entendo a questão da monetização. Mas o modelo só funciona se o jornalismo tiver relevância e função social."
Às 16h de quinta-feira, GZH anunciou a retirada do paywall de reportagens de serviço e da chamada de capa que atualiza ao vivo as informações sobre a catástrofe. Porém, nem todas foram liberadas. Às 9h desta sexta-feira, por exemplo, uma matéria sobre o risco de falta de água em 21 bairros de Porto Alegre (para mim, claramente, uma reportagem de serviço) permanecia restrita apenas para assinantes.
A chegada do presidente Lula ao RS se tornou o grande evento da manhã de quinta-feira com o governador Eduardo Leite recebendo o chefe do executivo vestindo um colete da defesa civil do estado. Desde quarta, os dois parecem tentar ao máximo colher os possíveis louros de uma “atuação heroica” diante da gravidade da situação como se não tivessem nenhuma responsabilidade por ela. Leite pediu ajuda ao governo federal e, como esperado, Lula prometeu reconstruir tudo que foi destruído. Não veio da imprensa, mas de Marina Silva, sua ministra do meio-ambiente, algo mais parecido com um questionamento sobre a lógica da atuação das autoridades em relação às emergências climáticas. Ela defendeu um "estado permanente de emergência climática" para prevenir desastres:
"Nesse caso, nós vamos ter que fazer uma excepcionalidade para que, durante todo o ano, a gente possa fazer as intervenções, seja em relação a remoção de população, mudança no código diretor das cidades, no gabarito das cidades e também para mudar todo o processo de licitação para a infraestrutura. Senão, nós vamos construir uma ponte atrás da outra e ela vai cair." (GC)
🍂 Por que organizações de notícias podem estar erradas ao licenciar conteúdo para IA. Em se tratando de relações com empresas de IA, as organizações de notícias estão se dividindo entre as que processam e as que negociam. O caso mais emblemático de litígio, até agora, é o do New York Times, mas fato é que muitos veículos estão fazendo acordos que variam de 1 a 5 milhões de dólares, segundo esta matéria do Press Gazette: Associated Press, Axel Springer, Le Monde e Prisa Media. Pois bem. Esta semana o Financial Times engrossou a lista e fechou um acordo com a OpenAI para treinar modelos de inteligência artificial a partir do conteúdo do jornal britânico. Este texto do Nieman Lab informa que as citações do FT vão aparecer como “links ricos” (rich links) no ChatGPT. Embora não tenham explicado como isso vai funcionar na prática, a ideia é que os usuários possam clicar facilmente para acessar um conteúdo original do FT. John Ridding, CEO do FT, afirmou que o jornal está posicionado “na vanguarda da evolução da forma como as pessoas acessam e utilizam a informação”. Pode não ser bem assim. Neste texto para o Press Gazette, o advogado Dominic Young, especialista em direitos autorais, afirma que os publishers deveriam “ter cautela” em negócios de IA. Afinal, trata-se de “permitir que a IA utilize o conteúdo dos jornais para criar produtos que visam substituí-los aos olhos dos consumidores. Isso pode ser um ato de autossabotagem, por mais dinheiro que lhes seja oferecido”, alerta. E prossegue: apesar dos benefícios futuros – mal definidos – que foram prometidos, até agora os riscos de utilização de IA têm sido muito mais visíveis.
Young é taxativo:
“Agora é provavelmente um péssimo momento para alguém licenciar seu conteúdo para treinamento em IA. Ninguém sabe onde isso vai dar, que valor está a ser trocado (e, portanto, se é um bom negócio), ou a verdadeira natureza ou extensão dos riscos. Estes riscos são certamente reputacionais, comerciais e sociais. A melhor opção pode ser apenas esperar”.
Nesta thread no Twitter/X, o pesquisador Felix Simon questiona quais são as implicações desses acordos em longo prazo. “É compreensível que os grandes publishers estejam interessados em fechar tais acordos enquanto há dinheiro circulando (...). Mas também há o risco de canibalização de seus acessos pagos se os leitores, que poderiam se converter em assinantes, ficarem satisfeitos com a resposta de um sistema de IA que utiliza seus conteúdos”.
Mais links sobre jornalismo e IA:
O Axel Springer, que já havia assinado acordo com a OpenAI, anunciou esta semana uma expansão da parceria com a Microsoft em IA, publicidade, conteúdo e computação em nuvem. (Microsoft)
A Assistente de IA da Meta é divertida de usar, mas não é confiável. (NYT)
A IA generativa está ajudando os fact-checkers, mas se mostra menos útil em línguas pouco faladas e fora do Ocidente. (Reuters Institute)
Os professores espanhois Ramón Salaverría e Clara Tosat criaram a disciplina “Inteligência Artificial no Jornalismo”, para alunos da graduação. (Universidade de Navarra). (LV)
🍂 (In)segurança dos jornalistas. “Ronnie Lessa pesquisou você no Google”, disse um contato da Polícia Federal ao repórter Rafael Soares. Suas mãos gelaram. É assim que Tom Phillips, correspondente do Guardian no Rio, inicia esta reportagem sobre os jornalistas cariocas que cobrem as milícias. Ele destaca que o assassinato da vereadora Marielle Franco inspirou uma geração de jornalistas a investigar o submundo da cidade e a documentá-los em livros. “Milicianos” de Rafael Soares, mostra “como a força policial do Rio conseguiu produzir policiais desonestos altamente treinados e que estavam sendo recrutados pelo crime organizado”. O também repórter Sérgio Ramalho escreveu “Decaído”, livro sobre o “capitão Adriano”, agente do BOPE “que tinha laços bem documentados com a família do ex-presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro”.
E como infelizmente este bloco é sobre violência, vamos a mais uma. Análise de mais de 1,15 milhão de publicações no Twitter/X, no Facebook e em comentários do YouTube entre 2019 e 2024 mostra que a maior parte dos ataques contra jornalistas e políticas mira a credibilidade, inteligência e reputação dessas mulheres. Segundo esta matéria de Patrícia Campos Mello na Folha, as ofensas são frequentemente compartilhadas em páginas de extrema direita, mas também em grupos não relacionados a política. Os achados estão no relatório "Ataques relacionados a gênero e desinformação", da organização #ShePersisted e da empresa de análise de dados The Nerve, cuja fundadora é a jornalista Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz. Foram observados posts com ataques às jornalistas brasileiras Daniela Lima, Amanda Klein, Vera Magalhães, Miriam Leitão e Mônica Bergamo.
Neste outro relatório – “Fronteiras da Informação” – ficou evidenciada a conexão entre violência contra imprensa na Amazônia e destruição da floresta. Produzido pelo Instituto Vladimir Herzog, o estudo traz, além de histórias de jornalistas ameaçados, dicas de segurança e recursos de proteção aos quais os profissionais podem recorrer caso estejam em perigo. A LatAm Journalism Review conversou com Hyury Potter, um dos autores do relatório, que explicou:
“Sempre que a pessoa estava sendo ameaçada, normalmente era um poder econômico, alguma atividade econômica que estava por trás disso, que financiava isso. Quando esse comunicador ou jornalista incomodava esse poder econômico, vinha ameaça. Então começamos a relacionar [as ameaças] com as atividades econômicas que são flagrantemente ilegais ou algumas que têm suspeita [de ilegalidade], como criação de gado [em terras indígenas], corte de madeira, garimpo”.
(LV)
🍂 Por que jornalistas deixam a profissão. Vocês lembram que na semana passada falei sobre um artigo a respeito de veículos capitaneados por estudantes de jornalismo para combater desertos de notícias nos EUA, e de como o trabalho os fizeram realinhar as expectativas em relação do exercício profissional. Pois bem. Nesta semana li um artigo recém saído do forno, de autoria da sul-coreana Na Yeon Lee e publicado na Journalism, sobre a relação entre o abandono da profissão e a expectativa não atentidas em relação ao que um jornalista faz, ou deveria fazer. Ela observa que, em geral, os estudos a respeito da satisfação profissional costumam olhar para as condições de trabalho como um fator determinante para que jornalistas sigam ou abandonem a profissão. Mas que pouco se falou sobre se as expectativas que eventualmente os profissionais tinham antes de entrarem para o mercado de trabalho se confirmaram após conseguirem uma posição na indústria. Para investigar esse aspecto, a pesquisadora examinou quais as expectativas que jornalistas sul-coreanas tinham antes de atuarem profissionalmente. Depois, mediu se suas expectativas diferiam daquilo que realmente experimentaram, bem como os efeitos que essa discrepância teve na sua satisfação profissional e na sua intenção de largar a profissão. Por meio de um formulário online, Na Yeon Lee entrevistou 1.459 jornalistas sul-coreanas (curiosidade: quase metade foi incentivada a participar em troca de um vale na Starbucks). Primeiro, pediu para elas escolherem o quanto (de 1 a 5) concordavam com 12 itens relacionados a diferentes tipos de expectativas, tanto as mais relacionadas ao impacto do jornalismo na sociedade, tais como "contribuir para o interesse público" e “interessar-se pela sociedade e reformá-la”, quanto as ligadas a fatores laborais e pessoais, como “conhecer várias pessoas”, “por bons rendimentos ”, e por aí vai. Esses 12 itens foram separados em três categorias: "serviço público", "profissionalismo e remuneração", e "atratividade do trabalho jornalístico". Depois, as participantes avaliaram o quanto (também de 1 a 5) o trabalho jornalístico na vida real alcançava essas expectativas. O resultado da diferença entre a expectativa inicial e a realidade observada na prática apontou discrepâncias capazes de gerar frustrações dentre as profissionais e eventualmente as motivarem a deixar a profissão. A maior distância entre expectativa e realidade, dentre as três categorias foi, vejam só, "serviço público". A menor, "atratividade do trabalho jornalístico". Ou seja, as jornalistas sul-coreanas até sabem o que vão encontrar em termos de remuneração e condições de trabalho, mas resolvem encarar a profissão porque acham que poderão contribuir com a sociedade, ajudando a reformá-la. Escreveu a autora:
"Os resultados deste estudo mostraram que o "serviço público" era a característica de trabalho mais saliente [...]. Além disso, as jornalistas coreanas consideraram o "serviço público" como sendo a função mais gratificante do seu trabalho, em comparação com outras expectativas. Ao mesmo tempo, o serviço público também foi apontado pelas jornalistas coreanas como a sua maior expectativa não satisfeita."
O curioso é que não ter essa expectativa satisfeita não significou, para as jornalistas sul-coreanas, uma maior intenção de deixar a profissão. As outras duas categorias, "profissionalismo e remuneração" e "atratividade do trabalho jornalístico" acabaram mais associadas à (falta de) satisfação no trabalho e ao desejo de deixar o jornalismo – mesmo que elas, na real, já soubessem o que iriam encontrar, em termos de condições de trabalho e de perspectivas de futuro, ao escolher a profissão. "Dado que 'serviço público' foi considerada a característica profissional mais saliente para as jornalistas, foi surpreendente descobrir que a discrepância [de expectativas] em relação ao serviço público não estava associada à satisfação profissional dos jornalistas", escreveu. Na Yeon Lee finaliza dizendo que, embora as jornalistas pareçam motivadas a seguir mesmo que a sua possibilidade de servir a sociedade seja menor do que elas esperavam, fatores ligados ao exercício laboral, como remuneração e condições de trabalho, podem levá-las a abandonar a profissão. Ou seja, no fim e ao cabo, jornalismo é apenas um trabalho. E nós, jornalistas, aqui ou na Coreia do Sul, só queremos ter boas condições para exercê-lo. (MO)
🍂 Notícias da indústria e links diversos. Pra fechar a news, uma ronda do que vimos durante a semana:
Artigo do ministro do STF Luís Barroso e de Luna Barroso discute a regulação das plataformas e o papel da imprensa. (Poder 360)
As melhores narrativas interativas de 2023, segundo o professor Jose García Avilés - Parte I e Parte II. (Revista de Innovación en Periodismo)
O jornalista e escritor Luiz Antônio Araujo ministra, a partir de junho, um curso online de escrita de não-ficção. (Coletiva.net)
Ajor e Google News Initiative abrem novo Laboratório de Desenvolvimento de Audiência. (Ajor)
É isso, gente!
Bom final de semana e até sexta que vem.
Moreno Osório, Lívia Vieira e Giuliander Carpes
Nosso agradecimento de <3 vai para:
Adriana Martorano Vieira, Alexandre Galante, André Caramante, Andrei Rossetto, Ariane Camilo Pinheiro Alves, Ben Hur Demeneck, Bernardete Melo de Cruz, Bibiana Osório, Bruno Souza de Araujo, Caio Maia, Cristiane Lindemann, Edimilson do Amaral Donini, FêCris Vasconcellos, Filipe Techera, Gabriela Favre, Guilherme Nagamine, João Vicente Ribas, Jonas Gonçalves da Silva, Luiza Bandeira, Marcela Duarte, Marco Túlio Pires, Mateus Marcel Netzel, Monica de Sousa França, Nadia Leal, Pedro Luiz da Silveira Osório, Priscila dos Santos Pacheco, Rafael Paes Henriques, Regina Bochicchio, Roberto Nogueira Gerosa, Roberto Villar Belmonte, Rodrigo Ghedin, Rodrigo Muzell, Rogerio Christofoletti, Rose Angélica do Nascimento, Sérgio Lüdtke, Silvio Sodré, Simone Cunha, Suzana Oliveira Barbosa, Sylvio Romero Corrêa da Costa, Taís Seibt, Vinicius Luiz Tondolo, Washington José de Souza Filho.
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