Atravessada na sociedade, desinformação vai impor desafio contínuo ao jornalismo em 2024
Regulação das plataformas, deep fakes, educação midiática, IA, discussão sobre políticas públicas e eleições municipais suscitarão perguntas que teremos de responder no próximo ano
Em um Brasil no epicentro de transformações sociopolíticas e tecnológicas, a desinformação se destaca como um desafio onipresente, moldando não apenas o cenário midiático, mas a própria essência da sociedade. Neste artigo, lançamos um olhar prospectivo sobre o estado da desinformação em 2024, considerando não apenas os acontecimentos atuais, mas também as possíveis trajetórias que indicam o futuro do jornalismo e da informação no país.
O atual cenário de desinformação no Brasil é multifacetado. Desde as complexidades das redes de disseminação de fake news até a crescente influência do uso irregular de inteligências artificiais, o espectro da desinformação atravessa todas as esferas da sociedade. Analisar esse panorama é essencial para compreender os desafios que enfrentaremos em 2024.
As redes sociais, outrora consideradas instrumentos de conexão global, tornaram-se terreno fértil para a desinformação prosperar. Em 2024, saberemos se essas plataformas continuarão a ser catalisadoras de desinformação ou se podem ser remodeladas para se tornarem agentes transformadores, promovendo a verdade e a transparência. Contudo, até aqui, aparentemente, o caminho está sendo inverso.
A credibilidade jornalística, abalada pelas ondas de desinformação, enfrenta um desafio existencial. Como podemos resgatar a confiança do público nas instituições jornalísticas? Quais modelos de jornalismo emergirão como resposta a esse desafio? Estas são as questões cruciais que moldarão o futuro da profissão.
A ascensão de deepfakes adiciona uma dimensão sombria à desinformação. Em 2024, exploraremos não apenas os perigos dessas manipulações digitais, mas também como a tecnologia pode ser aliada na identificação e mitigação dessas ameaças.
Investir na educação midiática é investir no alicerce de uma sociedade informada. Em 2024, como as instituições educacionais e a sociedade como um todo podem colaborar para cultivar a capacidade crítica necessária para discernir entre informações verídicas e falsas?
O equilíbrio delicado entre regulação e liberdade de expressão é central na luta contra a desinformação. Como as políticas governamentais e as iniciativas privadas podem convergir para criar um ambiente onde a verdade prevaleça sem sacrificar a liberdade de expressão?
A iminência das eleições municipais de 2024 adiciona uma camada adicional de complexidade. Como a desinformação pode afetar o processo democrático? Quais estratégias políticas e sociais podem ser adotadas para salvaguardar a integridade das eleições?
Projetar cenários para 2024 é mais do que uma previsão; é uma tentativa de esboçar possíveis futuros a partir do quadro atual. Como diferentes setores da sociedade — jornalismo, tecnologia, governo e sociedade civil — podem colaborar para criar um ecossistema informacional mais robusto e resistente?
Examinar casos de sucesso internacional oferece uma fonte valiosa de inspiração. Como podemos adaptar estratégias bem-sucedidas de outros países para a realidade única do Brasil, transformando essas experiências em catalisadores de mudança positiva?
Em um Brasil imerso em desafios, o jornalismo e a sociedade enfrentam uma encruzilhada. Este artigo conclui não com respostas definitivas, mas com a certeza de que, ao compreender as complexidades da desinformação, podemos prospectar um caminho para um futuro informativo mais resiliente.
Este texto faz parte da série O Jornalismo no Brasil em 2024. A opinião dos autores não necessariamente representa a opinião da Abraji ou do Farol Jornalismo.