NFJ#357 ☀️ Crise climática e saúde mental ganham força no jornalismo em 2022
Reuters Institute publica tendências para o ano | A carta dos fact-checkers ao YouTube | O efeito do assédio nos jornalistas | Dicas e recursos para frilas | O jornalismo no Nordeste em 2022
Buenas, moçada!
Moreno aqui, sem se mexer muito para não começar a suar.
No momento em que escrevo esta abertura, por volta das 11h30, céu AZUL e termômetros marcando 32 graus em Porto Alegre. Dizem que hoje vai a 38.
Pesado.
Antes de começarmos, deixem eu contar uma coisa pra vocês. Publicamos o nosso REPORT DE VERÃO, que recupera e sintetiza as análises publicadas no nosso site no último trimestre de 2021. Lembrando que tanto o relatório quanto as análises são exclusivas para os nossos apoiadores R$+15 no Apoia-se.
Falando nisso, atualizamos nossas formas de apoio. Agora, os subscribers do Substack estão vinculados à newsletter; os do Apoia-se, ao conteúdo publicado no nosso site e ao Farol Jornalismo de maneira geral. Para mais detalhes, venham aqui.
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Agora vamos nessa! Hoje a news tá toda comigo.
☀️ Predictions I. Em mais dois blocos dedicados às projeções do Nieman Lab para 2022, vou destacar textos que falem sobre saúde mental, dieta informativa e novas gerações de jornalistas. Embora sejam assuntos distintos, tudo meio que se conecta. Comecem dando uma olhada no texto de An Xiao Mina. Ela sugere que a necessidade de jornalistas cuidarem de sua saúde mental se estenda à produção jornalística — pois as audiências também estão sofrendo com um jornalismo baseado na tristeza, na dor, no medo. Mas para produzir um jornalismo baseado no cuidado, é preciso começar por nós mesmos. "[...] precisamos garantir apoio organizacional e comunitário para indivíduos que estejam sofrendo com desafios à saúde mental." O que o público já parece estar fazendo, sugere Tamar Charney no seu texto, é limitando sua dieta informativa. "As pessoas estão reagindo aos últimos anos de notícias avassaladoras com autocuidado – e muitas vezes isso significa romper com o doomscrolling. (MO)
☀️ Predictions II. E a indústria jornalística? Deem uma olhada no que propõe Jessica Clarke: tá na hora do mercado jornalístico deixar de lado uma postura extrativista e incorporar uma abordagem regenerativa. "Indústrias e processos regenerativos focam em sistemas de desenvolvimento autorregenerativos que levam em conta tanto os recursos naturais quanto os humanos. Reconhecem que ambos são finitos, e que os ecossistemas saudáveis são baseados na interdependência", escreveu. A ideia básica por trás dessa ideia é parar de SUGAR as pessoas para gerar valor, e sim, segue Clarke, apostar que o bem estar de empregados e comunidade fortalecem negócios e produtos. E quem vai fazer isso? Talvez uma nova geração de jornalistas, tal como aposta Robert Hernandez. Em seu texto, ele convidou alguns de seus alunos para projetar o ano que está começando. Uma delas é Annalysa Cowie: "A pandemia de Covid-19 realmente mudou o funcionamento da indústria jornalística. A área mais impactada pela pandemia foi o ambiente de redação". (MO)
☀️ 2022 para o Reuters Institute. Na última terça o Reuters Institute publicou o seu tradicional report sobre as tendências que devem moldar o jornalismo no ano que tá começando. Vejam como Nic Newman começa o texto que abre o relatório.
"2022 será de cuidadosa consolidação para uma indústria que foi tanto chacoalhada quanto forjada pela prolongada crise da Covid-19. Tanto jornalistas quanto audiências sofreram, em algum nível, desgaste pela intensidade de uma agenda noticiosa implacável, além de debates políticos, culturais e identitários cada vez mais polarizados. Este pode ser o ano em que jornalistas tomam fôlego, focam no básico, e voltam mais fortes".
Alguns outros destaques do sumário executivo:
A mudança geracional nas redações continuará em pauta, levando a uma maior busca por diversidade e inclusão;
Agendas da mudança climática e da saúde mental ganharão força, assim como os debates sobre o comportamento dos jornalistas nas redes sociais;
A cobrança pelo jornalismo online será a opção de muitos publishers, mas espera-se que haja uma "fadiga" de subscrições;
Depois de anos sugado pelas grandes plataformas, o mercado da publicidade ensaia uma volta aos publishers;
A regulação das plataformas se tornará realidade em alguns países, mas o avanço inteligência artificial e emergência de mundos virtuais como o metaverse vão impor novos desafios e oportunidades às sociedades.
Para mais destaques do estudo, deem uma olhada neste material do Journalism.co.uk com nove tendências retiradas do documento do Reuters Institute. (MO)
☀️ Desinformação, confiança na mídia, assédio a jornalistas e mudança climática. A semana teve um movimento importante de mais de 80 iniciativas de fact-checking para tentar conter a desinformação no YouTube. As organizações publicaram em conjunto uma carta aberta endereçada à CEO Susan Wojcicki. No Brasil, Aos Fatos e Lupa assinaram o documento. Checadores de mais de 40 países lembram "que o YouTube é um dos principais canais de desinformação e boatos on-line em todo o mundo" e que a plataforma não vem se esforçando para "implementar políticas que resolvam esse problema". Como sugestão, propõem quatro soluções. Falando em desinformação, o Nieman Lab repercute uma pesquisa publicada recentemente na Harvard Kennedy School’s Misinformation Review. O estudo sugere que desinformação é uma pequena parcela do que as pessoas leem. Por isso, deveríamos nos preocupar menos em verificar ou impedir que esses conteúdos cheguem às pessoas e mais em "aumentar a aceitação a informações confiáveis". Será? Questão complexa. Vejam este vídeo do Pew Research sobre a confiança dos norte-americanos no jornalismo/mídia. De maneira geral, a confiança vem caindo, a gente sabe, mas mais do que isso ela vem se desagregando. Ou seja, as pessoas confiam em algumas fontes, mas não em outras. De qualquer jeito, nossa vida tá difícil. O ano de 2021 bateu recordes de violação à liberdade de imprensa nos EUA. Sobre isso, este estudo sobre o assédio a jornalistas nos EUA traz uma inferência importante. Quando uma pessoa sofre um assédio, se o agressor for desconhecido, as emoções negativas tendem a ser suprimidas pelo agredido. Mas dependendo do nível de esforço para suprimir as emoções, mais o assédio pode causar burnout. Fechando com um assunto importante: a cobertura da crise climática. No Nieman Lab, Bill McKibben argumenta que o que vem acontecendo com o planeta não se encaixa muito na nossa definição de jornalismo, e por isso não recebe a cobertura adequada. O jornalismo, diz escreve McKibben é a busca de algo novo, "mas [as mudanças climáticas] acontecem muito devegar para serem dignas de registro — a mudança climática de hoje é mais ou menos a mesma da de ontem e da de amanhã." (MO)
☀️ Links diversos. Um calendário de 2022 com flores da Amazônia by Amazônia Real. | E o NYT que tá com uma bolsa para criadores de palavras cruzadas? | Agora, uma rodada de recursos para frilas. No Poynter, histórias de recém graduados que preferiram viver de frila a ter um emprego integral. Também no Poyter, dicas para quem quer ser frila. No journalism.co.uk, ferramentas para construir portfólios e dicas para usar as mídias sociais. | Agora, uma série de posts do GIJN com ferramentas para produção audiovisual, segurança de senhas, gerenciamento de assinantes e analytics e SEO. | Ainda no GIJN, dicas para jornalistas investigativos iniciantes. | Sobre segurança, o Clases de Periodismo mostra quais as 5 formas mais comuns de roubo de senhas. E oferece dicas para jornalistas se protegerem no mundo digital. | Por que publishers devem estar atentos ao Pinterest. | Uma lista de bolsas e fellowships para 2022. | E também as melhores ferramentas de transcrição, por Jeremy Caplan. | No Aos Fatos, conheça as técnicas usada por peritos para verificar fotos e vídeos. | A agência AP lançou uma plataforma de NFT para comercializar suas fotografias. | A primeira edição do ano da Cajueira projeta o jornalismo no Nordeste em 2022. | 12 veículos de comunicação fecharam as portas no Brasil em 2021. (MO)
☀️ Concatenações teóricas. Este bloco é exclusivo para subscribers. Se você é assinante da versão free, a edição termina aqui. Mas fique tranquilo, você sempre terá acesso à grande parte da NFJ. Mas que tal acompanhar o que publicamos aqui? Clicando no link abaixo vocês viram subscribers da NFJ pela metade do preço. A promoção vai até o dia 28/1 e é válida para planos anuais.