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NFJ#360 ☀️ Guerra na Ucrânia: como afirmar a importância do jornalismo?

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NFJ#360 ☀️ Guerra na Ucrânia: como afirmar a importância do jornalismo?

Os achados do Atlas da Notícia | A volta do Festival 3i | 36 blogs de jornalistas para jornalistas | FT chega a 1 milhão de assinantes digitais | A chegada da plataforma Headline

Moreno Cruz Osório
and
Lívia Vieira
Mar 4, 2022
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NFJ#360 ☀️ Guerra na Ucrânia: como afirmar a importância do jornalismo?

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Buenas, moçada!

Moreno aqui, de volta depois de umas merecidas e ENSOLARADAS férias. Descansado (dentro do que é possível descansar tendo uma criança de 4 anos em casa) e renovado para um ano que — nem precisaria falar — não será fácil.

Mas vamos juntos, semana a após semana, como fazemos desde 2014, acompanhando as DORES e as DELÍCIAS do jornalismo. Comigo, como sempre — desde 2017, está a Lívia Vieira. Ela assina a maioria dos blocos desta edição, bem como o nosso conteúdo exclusivo a subscribers aqui no Substack, o Concatenações teóricas.

Aliás, aos novos por aqui, ou se as caipiras na beira da praia roubaram a memória de vocês, deem uma olhada nas formas de apoiar a Newsletter Farol Jornalismo. Em resumo, são basicamente duas. Nosso crowdfunding no Apoia-se e as subscriptions aqui no Substack. Nos ajudem a seguir tocando o barco em frente. 💪

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Agora vamos nessa!


☀️ Guerra na Ucrânia I. A comunicação tem papel fundamental em uma guerra, vocês sabem. E o repórter é figura central. Será? José Henrique Mariante, ombudsman da Folha, destaca que correspondentes de guerra estão na linha de frente, driblando bombas e censura para informar. “A diferença agora é que dividem a atenção com milhões, para não dizer bilhões de outros supostos repórteres e analistas. No Brasil do BBB, quem primeiro deu a notícia da invasão, constatou a Folha, foi o perfil Choquei, cuja credencial é agregar mais de 1,3 milhão de seguidores no Twitter”. André Liohn, repórter especializado em guerras, tuitou: “A sensação de reportar da Ucrânia é de que nós jornalistas não somos necessários. Ambos os lados usam mídias sociais para informar, doutrinar, difundir, assustar, manipular aqueles que lhe interessam sem precisarem se submeter ao crivo jornalístico”. O resultado acaba sendo, muitas vezes, desinformação. Este texto da Input relata que, horas após as primeiras explosões na Ucrânia, perfis de memes no Instagram começaram a promover a conta @livefromukraine, que supostamente era de um jornalista transmitindo ao vivo. Mas na verdade o perfil era administrado por um jovem nos EUA, que se especializou em conteúdo viral. O Núcleo também identificou que “perfis sem qualquer orientação para cobertura de conflitos se apropriaram de informações alheias e publicaram até desinformação sobre a guerra”. A equação fica mais complicada quando veículos jornalísticos como a Jovem Pan e Record usam imagens de videogame em seus telejornais como se fossem imagens reais de um avião sendo atingido por mísseis. E não corrigem, como destacou Maurício Stycer. Houve muita desinformação também no Tik Tok. Para tentar identificar e desmascarar as fake news, fact-checkers de todo o mundo começaram a trabalhar juntos, contou Cristina Tardáguila. Vale destacar um bom exemplo: o influenciador Casimiro convidou o professor Tanguy Baghdadi para explicar a guerra em uma live feita à 1h30 da manhã, para mais de 100 mil pessoas. (LV)


☀️ Guerra na Ucrânia II. No Poynter, dicas para identificar vídeos e fotos falsos. Também no Poynter, Doris Truong observa que a escolha de palavras pode fazer a diferença na cobertura — como o uso do termo "refugiado", incorreto para se referir a pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas mas que permanecem no país. No ijnet, aspectos a considerar na cobertura da invasão da Rússia à Ucrânia. No site do Reuters, dicas de Chris Moran, do Guardian, sobre live-blogging e coberturas de última hora. E Joshua Benton lembra, no Nieman Lab, que a Rússia também está travando uma guerra de mídia com plataformas e reguladores. Na CJR, Mathew Ingram conta que o governo da Ucrânia está concovando hackers para proteger a infraestrutura digital do país e promover ciberataques à Rússia. Na Alemanha, o site Correctiv lançou um aplicativo que rastreia as sanções impostas pelo Ocidente a Moscou. Acessem a ferramenta aqui. No programa de Brian Stelter, na CNN, David French chama a atenção para a quantidade de coisas que ainda não se sabe sobre o conflito. "Quanto mais específica e dramática é a situação relatada, mais suspeita ela deve nos levantar", disse French. No Nieman Reports, Anne Garrels diz que os jornalistas ucranianos estão em risco à medida que a Rússia adentra (e controla) o país. Ela lista alguns veículos ucranianos independentes que deixaram suas redações, mas seguem fazendo a cobertura local, como o Ukrainska Pravda e o Kyiv Independent. ​​"O que está acontecendo no jornalismo da Ucrânia importa tanto àqueles que estão tentando sobreviver a esta guerra quanto àqueles que tentam entendê-la". A Artigo 19 publicou um artigo em solidariedade ao povo ucraniano e sublinhando a importância de jornalistas e ativistas de direitos humanos. "Desde que a Rússia deu início aos ataques [...] vimos o esforço e o sacrifício heroicos de jornalistas, ativistas e defensores dos direitos humanos que estão no solo Ucraniano, enquanto se empenham para documentar e dizer a verdade sobre a situação e o sofrimento no território. O trabalho deles, sob condições tão difíceis, é de suma importância para o mundo, e sua proteção e segurança devem ser garantidas", diz o comunicado. Pra fechar o assunto, fiquem de olho no Bellingcat. Vejam, por exemplo, esta investigação sobre o uso de bombas de fragmentação no conflito. (MO)


☀️ Atlas da Notícia. A quinta edição do censo que mapeia o jornalismo local no Brasil  identificou uma redução de 9,5% no número de municípios considerados desertos de notícias no Brasil, além da liderança do jornalismo online no país. Sérgio Lütdke, coordenador da equipe de pesquisadores, aponta como tendência a redução no número de impressos, o crescimento do número de emissoras de rádio e o crescimento acelerado de veículos online. “As dificuldades para a sustentabilidade dos veículos locais tradicionais, agravada pela pandemia, e as poucas barreiras de entrada para criação de veículos nativos digitais, explicam o crescimento do online”, afirma. Alguns destaques de cada região: NORTE — Seguindo a tendência nacional, houve redução significativa na quantidade de municípios sem cobertura jornalística. Entretanto, continua em 1º lugar quando se trata de desertos de notícia (63,1% do território); NORDESTE — Iniciativas digitais e rádios foram os segmentos com maior número de veículos mapeados, muitos em locais onde antes não havia cobertura jornalística. Hoje, 62,4% dos municípios nordestinos são desertos; SUL —vez a quantidade de desertos de notícia na região é abaixo de 50%. Foram identificados 101 novos municípios com iniciativas jornalísticas. A região permanece a segunda com mais veículos de comunicação no Brasil; CENTRO-OESTE — A região registrou queda de 15,5% de desertos de notícias, mas ainda tem 136 municípios desassistidos de cobertura jornalística local. O Centro-Oeste tem a menor concentração de desertos do país (29,1%); SUDESTE — O rádio tomou o lugar do impresso e aparece como o meio jornalístico predominante na região. O online cresce e já prevalece em São Paulo e no Rio de Janeiro. O número de desertos reduziu 8,9%. (LV)


☀️ Notícias da indústria. Novo relatório da Repórteres sem Fronteiras avalia o funcionamento, a eficácia e o impacto de medidas de proteção adotadas para acolher jornalistas ameaçados no México, Honduras, Colômbia e Brasil. [RSF] | Gamificação no jornalismo é o assunto do relatório recém-publicado da Polis/LSE. [LSE] | O Pulitzer Center acaba de criar a AI Accountability Network, programa para apoiar jornalistas de todo o mundo a explorar os impactos da inteligência artificial. [Pulitzer] | WPost está contratando “repórteres de democracia” para cobrir eleições e Legislativo. Dan Gillmor considera esse o novo movimento mais importante do jornalismo. [WPost]| Financial Times atinge um milhão de assinantes digitais. [FT] | O grupo britânico Reach criou o Email Innovation Lab, parceria com o Google News Initiative com foco em newsletters. [WNIP] | Headline, newstech franco-brasileira, recebe investimentos de € 700 mil para plataforma de monetização de jornalismo independente. [LJR] | Núcleo mostra como sua comunidade de leitores utiliza as redes sociais. [Núcleo] | Elas.Lab é a nova série documental da Revista AzMina, que apresenta os trabalhos inovadores de cientistas brasileiras na área da saúde. [AzMina] | A Amazônia Real acaba de lançar “A Força Delas”, projeto fotográfico que retrata mais de 90 mulheres indígenas de 55 povos de todas as regiões do país. [Amazônia Real] | JOTA investe em serviço que oferece notícias e análises exclusivas para empresas. [Portal Imprensa] | Por que publishers estão usando conteúdo não noticioso para atrair leitores e transformá-los em assinantes. [Digiday] | Como o IL Post, novo veículo italiano, atraiu 50 mil pagantes. [PressGazette] | Os velhos hábitos de consumo de notícias morreram com a internet. O que os está substituindo? [Nieman Lab]. (LV)


☀️ Links diversos. A agência Bori lançou um manual sobre pautas alimentares. | O projeto GPSJor lançou o livro Jornalismo Local a Serviço dos Públicos. A obra está disponível gratuitamente aqui. | Dicas para usar tabela dinâmica no Twitter da Escola de Dados. | Dicas para identificar (e corrigir) problemas de áudio — útil para podcasters. | A Fundación Gabo está querendo conhecer projetos jornalísticos inovadores da América Latina. Para compartilhar suas experiências, basta preencher este form. | O Festival 3i está de volta em 2022 em uma versão gratuita e virtual. O evento vai rolar entre 15 e 25 de março. Dá pra ver a programação e se inscrever aqui. | Um fio com as melhores narrativas digitais de 2021 selecionadas pelo professor Jose A. García Avilés. | No Journalism.co.uk, uma lista com 36 blogs de jornalistas para jornalistas. | O The Intercept está com bolsas de tecnoinvestigações para pessoas negras. | No IJNet, 8 oportunidades internacionais de jornalismo para se inscrever em março. | O prêmio de jornalismo Lorenzo Natali está com inscrições abertas. (MO)


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