NFJ#371 🍂 Especial 10 anos da Lei de Acesso à Informação
Tudo sobre o aniversário da LAI | O sucesso do Recife Ordinário | Jornalismo local e educação | Vaga na BBC | Curso sobre saúde mental para jornalistas | Virada nos estudos de audiência 💎
Buenas, moçada!
Moreno aqui, abrindo mais uma Newsletter Farol Jornalismo. Tudo bem por aí?
Por aqui tudo bem, depois de uma semana em que um ciclone passou raspando e que termina com a chegada dum friozinho seco muito bem vindo.
No mais, vamos nessa, porque estamos atrasados.
Bora.
🍂 Dez anos da LAI I. A LAI fez aniversário nesta semana, vocês sabem. Dez aninhos. Uma década de avanços, desafios e alguns retrocessos. E como jornalistas gostam de uma efeméride redonda, são muitos os conteúdos que circularam por aí nos últimos dias. Mas antes de irmos ao factual, que tal lembramos de algumas coisas básicas. Vocês, por acaso, já deram uma olhada no texto da Lei 12.527, que regulamenta a LAI? Sugiro que o façam. Neste vídeo a professora e jornalista Marlise Breno explica o que é para que serve a LAI. Aqui, Luiz Fernando Toledo fala sobre informações públicas e dá dicas sobre como usar o princípio da transparência. Também do Toledo, este texto publicado no Jeduca é old but gold. Para saber como a LAI vem sendo usada pelos jornalistas brasileiros, deem uma olhada na versão mais atual do relatório da Abraji sobre o assunto. E também na pesquisa de Toledo para o Reuters Institute. Mas nada melhor para explorar o grande universo da LAI do que o projeto WikiLAI, da Fiquem Sabendo. O site da FS, aliás, é uma ótima fonte para acompanhar a LAI no dia a dia, seja na prática, seja em discussões a respeito da sua importância. (MO)
🍂 Dez anos da LAI II. Não por acaso a cofundadora e diretora da Fiquem Sabendo, Maria Vitória Ramos, foi fonte desta matéria do JN sobre o aniversário da LAI — junto com Marina Atoji, da Transparência Brasil. Atoji falou sobre a necessidade de vigilância constante para evitar retrocessos em relação à transparência. Já Ramos sublinhou o papel não só dos jornalistas, mas dos cidadãos no uso da LAI. "A gente não só tem o direito de saber, mas o dever de acompanhar, fiscalizar e tornar o governo mais eficiente, mais transparente e mais participativo", disse. A lei de acesso também foi pauta de matérias publicadas nesta semana. Algumas delas: Congresso em Foco, Brasil de Fato, G1, GZH, Jornal da USP, Folha, Artigo19, Agência Câmara. (MO)
🍂 Dez anos da LAI III. A Abraji, claro, também marcou a data, destacando o ciclo de eventos que vem rolando para comemorar a efeméride. Um deles é o 10 anos da LAI, organizado pelo Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas. O evento tem 4 paineis e vai até o dia 31 deste mês. Depois deles já aconteceram. No dia 10 rolou o primeiro, sobre LAI e as eleições deste ano. Um dos palestrantes foi Bruno Andrade, servidor da Justiça Eleitoral. Ele explicou como o TSE vem procurando fazer uma "adequação entre LGPD e LAI" e disse que os 10 anos da Lei de Acesso à Informação são um ganho para o poder público. "O processo eleitoral não é uma religi'ão, não é uma seita. A gente não quer que as pessoas tenham fé na Justiça Eleitoral, a gente quer a população fiscalize a Justiça Eleitoral". No segundo painel, Como usar a LAI para fiscalizar o poder público, transmitido no dia 17, Tatiana Bastos, presidente do Instituto de Direito Coletivo (IDC), disse que a LAI oferece uma "gama de possiblidades" para o controle social e deu dicas de utilização do instrumento. "Enquanto sociedade, a gente não tem obrigação de entender a complexidade do poder público. Então, uma dica é: se você não sabe, e se essa informação não está fácil de ser adquirida, pergunte: 'Qual o órgão responsável por essa informação?'. Ainda que seja uma pergunta preparatória", aconselhou Bastos. A Abraji fez uma matéria sobre este painel. E a Ajor fez uma thread. O evento segue com outros dois paineis nos dias 17 e 31. Também no dia 31, aliás, será lançada a 25ª edição da revista da CGU com um dossiê especial sobre a primeira década da LAI. Mais links. A última edição da newsletter da Open Knowledge Brasil dedicou um espacinho para o aníver, destacando que, entre 2013 e 2021, houve um crescimento anual de 35% na busca por informações públicas. A LAI também foi tema da news do ObjETHOS. (MO)
🍂 Jornalismo local/independente. Leiam este texto de Murillo Camarotto para o site do Reuters Institute em que o ex-fellow relata o caso do Recife Ordinário. Criado por Gabriel Oliveira, o perfil no Instagram possui 1,4 milhão de seguidores e “está reinventando o jornalismo local no Nordeste do Brasil”. A iniciativa conta com 16 colaboradores e quase toda a receita vem da publicidade, por meio de um modelo que não apenas publica anúncios, mas também ajuda as marcas locais a criá-los. “Conectar-se com a comunidade local e permitir que as pessoas se vejam em seu conteúdo é a principal razão do sucesso do Recife Ordinário. Essa relação permitiu a Oliveira captar as demandas de seus concidadãos e compreender seus interesses, frustrações e desejos. Ele entendeu que as pessoas podem rir, chorar, protestar e receber notícias no mesmo lugar”, diz o texto de Camarotto. No Nieman Lab, Joshua Benton repercute os achados desta pesquisa sobre notícias locais no Facebook, em que Miao Guo e Fu-Shing Sun analisam como as emissoras de televisão dos EUA usam a rede social para aumentar o engajamento com as notícias. Algumas descobertas: elas não exageram nos vídeos e não linkam muito. No entanto, quando fazem essas duas ações, têm mais reações, comentários e compartilhamentos. Além disso, postar pela manhã também fez aumentar o engajamento com a audiência. No Poynter, um relato muito interessante sobre “laboratórios de educação”, nos quais um pequeno grupo de repórteres e editores se concentra em identificar soluções para desafios educacionais em suas comunidades. Um dos exemplos é o Seattle Times, o primeiro a lançar um laboratório de educação em 2013. Pra fechar o bloco, este texto do IJNet aborda um dos principais desafios da mídia local e independente: a sustentabilidade financeira. De acordo com Patricia Torres-Burd, diretora administrativa do Media Advisory Services no Media Development Investment Fund (MDIF), “qualquer veículo que tenha o objetivo de sustentar o seu trabalho precisa desenvolver seu próprio plano de negócios, adaptado para a sua audiência”. (LV)
🍂 Links diversos. O ITS-Rio, em parceria com o Redes Cordiais e apoio do Meta Journalism Project, acaba de lançar novo curso online e gratuito sobre jornalistas e saúde mental. Inscrições até o próximo dia 30. | O Instituto Serrapilheira abrirá inscrições, também no dia 30, para seu programa de divulgação científica. O instituto está em busca de propostas que investiguem a pergunta "Qual o papel da ciência no Brasil de amanhã?" em qualquer formato de publicação jornalística. | Estão abertas, até 19 de junho, as inscrições para o Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, promovido pelo Instituto Vladimir Herzog e destinado a estudantes de graduação de todo o país. As pautas enviadas devem ter como tema emergências sanitárias, desastres ambientais, ataques à democracia e seus valores, desinformação, violência, desigualdades, fome. | O Ministério Público do Trabalho, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a ANDI Comunicação e Direitos acabam de lançar a publicação “Trabalho Infantil: Guia para a Cobertura Jornalística", para orientar a imprensa sobre o tema. | A BBC Brasil (São Paulo) está com vaga aberta para jornalista com experiência em conteúdo digital. É preciso ter compreensão de métricas e entender as necessidades da audiência. Inscrições até 24 de maio. | Rubens Valente arrecadou 92% de valor para indenizar Gilmar Mendes. (LV)
🍂 💎 Concatenações teóricas. Este bloco é exclusivo para subscribers. Se você é assinante da versão free, a edição termina aqui. Mas fique tranquilo, você sempre terá acesso à grande parte da NFJ. Mas que tal acompanhar nossas reflexões? Hoje a Lívia repercute um artigo que propõe uma virada radical nos estudos de audiência.