NFJ#373 🍂 Como será a cobertura eleitoral?
Novidades de Aos Fatos e Lupa para as eleições | Dicas para uma newsletter de êxito | Saúde mental ganha espaço no jornalismo | Como construir o "conteúdo do futuro"? | 💎 Autoridade no jornalismo
Buenas, moçada!
Moreno aqui. De aniversário, aliás. 🎂🥳
Meu muito obrigado antecipado para eventuais felicitações e bons pensamentos que vocês possam me enviar. Mas também ficarei feliz se vocês transformarem seus cumprimentos em apoios aqui no Substack. 🤗
Para além de um eventual UP no fluxo de receita da NFJ, fui presenteado com um belo dia de sol e frio em Porto Alegre, uma sexta-feira de bastante trabalho e uma vitória do outro aniversariante no dia, Rafael Nadal, em Roland Garros — embora tenha sido depois da dramática lesão do Sverev.
Antes de iniciar mais uma edição, queria convidar vocês a assinar OUTRA news que passarei a editar a partir da semana que vem, a Mirante Headline. Ela vai reunir o que de melhor foi publicado pelo jornalismo independente brasileiro na semana. Assistam eu convidado vocês aqui. E se inscrevam aqui. Aí na próxima sexta teremos um encontro duplo — NFJ e Mirante Headline. Que tal? Ah, ainda não conhecem a Headline? Logo, logo vocês devem ouvir falar mais. Por enquanto, venham aqui.
Bueno, vamos nessa, então. Lívia e eu, mais uma vez, dividimos a edição.
🍂 Jornalismo, política e eleições. Como será a cobertura eleitoral deste ano? O que aprendemos com a eleição de 2018, com uma pandemia no meio, que impactou tudo e também o jornalismo? Vanessa Pedro propõe, neste texto do ObjEthos, uma aproximação com a História Pública, “área que se desenvolve em diferentes instituições de pesquisa e países do mundo, e que se pergunta como produzir para um ou mais públicos, no público e, sobretudo, com o público”. Ela ainda questiona: “É o grupo do WhatsApp que vai ditar as pautas e as explicações? Ou o jornalismo vai assumir um novo lugar perto do protagonismo que foi capaz de encontrar durante a pandemia?”. Aos Fatos anunciou algumas novidades na cobertura eleitoral, entre elas uma mudança na metodologia, reduzindo de sete para três os selos de classificação. Os assinantes mais antigos devem lembrar que, lá em 2018, fizemos uma boa discussão sobre a utilização dos selos de verificação a partir do “caso do terço de Lula ao Papa” (relembre as NFJ #188 e #189). O monitoramento de desinformação eleitoral no Radar Aos Fatos e a estreia de um canal no Telegram completam as novidades do Aos Fatos para as eleições. Também de olho nas votações de outubro, a Lupa lançou um site novo e vai promover, na semana que vem, junto com o Hacks/Hackers, o evento MisinfoCon Brasil, cujo foco vai ser a desinformação nas eleições de 2022. Embora as redações estejam de olho no próximo pleito, há muita coisa acontecendo agora. Esta reportagem da piauí mostra como o presidente Jair Bolsonaro aparelhou politicamente a EBC, cujo principal veículo é a TV Brasil. Ameaças e censura foram relatadas por 29 funcionários e ex-funcionários da emissora. Ao repercutir esse e outros casos, Rogério Christofoletti e Dairan Paul pedem, na newsletter do ObjEthos, que “deixem a comunicação pública em paz”. Da política brasileira para o mundo. Em sua coluna no WPost, Margaret Sullivan escreve sobre os 50 anos do caso Watergate e crava: o ecossistema midiático está tão fragmentado hoje e as organizações de notícias tão menos confiáveis que seria improvável que o caso tivesse a mesma conclusão nos dias atuais. “A presidência de Richard M. Nixon teria sobrevivido”, diz ela. Por fim, vale ler este texto do Nieman Lab, que analisa o crescimento de obras de ficção escritas por extremistas, que representam mais um canal de desinformação. (LV)
🍂 Saúde mental. Fundamental esta matéria da Latam Journalism Review sobre saúde mental no jornalismo. Carolina de Assis aborda a questão a partir de diferentes aspectos. Desde o recrudescimento da violência — talvez a questão mais óbvia e assustadora envolvento o tema. Até a precarização profissional, condição que silenciosamente corrói a nossa prática profissional. Uma das entrevistadas é Katia Brembatti, que está à frente de um projeto do Redes Cordiais e ITS Rio sobre saúde mental no jornalismo. A iniciativa prevê três frentes. Um curso gratuito que começa no dia 30 de maio, um guia sobre saúde mental e conversas com gestores de veículos. "A saúde mental do jornalista afeta diretamente a qualidade da informação, e portanto afeta toda a sociedade, porque um jornalista doente não consegue reportar aquilo que é importante para a sociedade de forma adequada”, disse Brembatti. Na América Latina, a matéria destaca o trabalho da iniciativa Jornalismo Consciente, que vem realizando avaliação psicológica de jornalistas de Peru, Venezuela e Equador, além de oferecer oficinas sobre autocuidado em saúde mental. Sobre esse assunto, aliás, vale recuperar o texto de Guilherme Valadares para o especial O jornalismo no Brasil em 2021. Naquele momento, no final de 2020, ele perguntava: “e se a saúde mental virar prioridade nas redações em 2021?” (MO)
🍂 Newsletters e ensino do jornalismo. Dois links em espanhol sobre temas diferentes, mas que se comunicam. O primeiro é este post de Ismael Nafría no blog do Master en Innovación en Periodismo (MIP), da Universidad Miguel Hernández. Nafría, que é autor de uma newsletter sobre tendências no jornalismo, apresenta 15 pontos para criar uma newsletter de êxito. Vou sublinhar alguns trechos que me chamaram a atenção. Para ler todos, deem uma olhada no post. A primeira coisa que ele observa é lembrarmos que estamos mandando um email — é uma tecnologia simples, sem grandes rodeios, e que permite uma comunicação direta com o usuário/leitor. Ele também fala sobre a necessidade de o tema do boletim estar bem definido, assim como o público estar bem identificado. Quando mais clareza tenhamos sobre este assunto, mais fácil será eleborar uma mensagem convicente e apresentar uma proposta de valor vencedora", escreveu. Por fim, destaco a importância do tom pessoal. "A newsletter pode e, muito possivelmente, deve refletir a voz do seu autor. É isso que dá personalidade ao boletim. E esse pode ser, em muitos casos, o motivo para alguém decidir consumir a newsletter de maneira habitual. O outro link é este aqui. Que na verdade é uma edição da newsletter Fleet Street, que, assim como a de Nafría, também aborda o mundo do jornalismo e da comunicação. Os dois links se comunicam não só pelo tema dos boletins, mas porque o texto do segundo é resultado de um convite que Nafría fez à jornalista Mar Manrique, criadora da Fleet Street, para participar de uma de suas aulas. A reflexão de Manrique começa com aquela clássica comparação entre o que se aprende em uma faculdade de jornalismo e os conhecimentos que a prática acaba exigindo do profissional formado. Vale pela provocação, embora saibamos que muitas vezes trata-se de uma falsa dicotomia, como muitos autores já nos mostraram. De qualquer maneira, é sempre importante fazer essa reflexão. Sobre isso, aliás, é legal ver o depoimento de estudantes (espanhóis, no caso) reunidos por Manrique. (MO)
🍂 Notícias da indústria. O Google deve pagar por notícias no Brasil? Para Natália Viana, a questão é complicada e nenhuma solução é ideal. “No entanto, a pior coisa que os jornalistas podem fazer é se afastar e deixar os proprietários de mídia e plataformas decidirem entre si”, diz. [Nieman Lab] | Publishers da Suécia, Espanha e África do Sul estão criando esquemas de assinaturas mais inclusivos, tendo em mente os leitores que não podem pagar o preço total. [Reuters Institute] | Especialistas do FT, Guardian Sifted e Tortoise discutem o que fazer quando o veículo atinge o teto da receita vinda dos leitores. Diferentes estratégias para diferentes audiências e construção de um senso de comunidade estão entre os possíveis caminhos. [Journalism.co.uk] | Conheçam a história do News Revenue Hub, que desde 2016 já ajudou 69 veículos jornalísticos sem fins lucrativos dos EUA a arrecadarem US$ 61 milhões. [Press Gazette] | A CNN criou uma nova diretriz para usar menos o banner “Breaking news”. “Somos contadores da verdade, focados em informar, não em alarmar nossos telespectadores”, disse o CEO David Zaslav. [Axios] | Kivi é uma ferramenta de inteligência artificial que está ajudando a detectar conteúdo ilegal ou perigoso. [Laboratorio de Periodismo] | Como construir o “conteúdo do futuro”? Com storytelling rápido, sucinto e digerível. [WNIP] | A plataforma de newsletters Substack desistiu de angariar fundos com investidores de risco, que estão pregando austeridade; e também enfrenta problemas com desinformação e transfobia. [NYT e Vanity Fair]. Dicas para melhorar o fluxo de trabalho com novas ferramentas de organização e gestão. [RJI] (LV)
🍂 Links diversos. No journalism.co.uk, deem uma olhada em dicas sobre como escrever o seu primeiro livro como jornalista. E o que você precisa saber sobre pensamento de produto. | Tem vaga na Diadorim. | Abertas incrições para o GNI Local Lab Brasil. Mais informações na Ajor. | O tema da próxima Redação Aberta da ÉNois é como cobrir a fome. Para participar venham aqui. | Novo curso do Knight Center: "Narrativas digitais para a próxima geração de jornalistas latinxs". Será em inglês. Mais infos aqui. | Falando em Knight Center, outra novidade: um repositório multilíngue de recursos para jornalistas. | Jeduca está com o quarto edital de jornalismo de edução com inscrições abertas. | Wonder Tools desta semana traz alternativas de apps para ouvir podcasts. | ICFJ está com inscrições abertas para um laboratório de inovação. | ITS Rio está com um curso de saúde mental para jornalistas. | 44ª edição do Prêmio Vladimir Herzog está com inscrições abertas. | Aqui tem vários guias para cobrir temas como gênero, clima, pobreza e imigração. (MO)
🍂 💎 Concatenações teóricas. Este bloco é exclusivo para subscribers. Se você é assinante da versão free, a edição termina aqui. Mas fique tranquilo, você sempre terá acesso à grande parte da NFJ. Mas que tal acompanhar nossas reflexões?