NFJ#482 🌱 Como Google e Meta dizimaram a mídia local
World News Day: com a verdade sob pressão, só o público pode nos salvar | O dilema de usar 'feito com IA' em conteúdo jornalístico | 💎 OnPoynt: receitas, IA e inovações
Hey!
Moreno aqui numa sexta-feira gloriosa de sol e friozinho em Porto Alegre.
Como vão vocês? Por aqui, o horizonte de eventos (infantis, adultos, profissionais, esportivos) já começa a beliscar o final de ano, quando o trabalho aumenta proporcionalmente à vontade de sair para beber cerveja todos os dias.
Bom, hoje nossos apoiadores aqui no Substack e no Apoia-se (💎) seguem acompanhando nossa leitura do relatório OnPoynt, no Poynter. Hoje a Lívia se dedica a falar sobre o caminho das pedras para aumentar as receitas e discute o papel da IA na inovação dos veículos jornalísticos. Quem aposta financeiramente no nosso trabalho também tem acesso a mais uma rodada de links sobre IA e jornalismo no nosso banco de dados sobre o assunto, acessível via Centro de recursos.
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Hoje estamos eu (MO), a Lívia (LV) e o Giuliander (GC).
Bora. Boa leitura e bom final de semana de eleições a todos nós.
Nosso agradecimento de <3 vai para:
Adriana Martorano Vieira, Alexandre Galante, Amaralina Machado Rodrigues Xavier, André Caramante, Andrei Rossetto, Antônio Laranjeira, Antonio Simões Menezes, Ariane Camilo Pinheiro Alves, Ben Hur Demeneck, Bernardete Melo de Cruz, Bibiana Osório, Bruno Souza de Araujo, Carlos Alberto Silva, Diogo Rodrigues Pinheiro, Edimilson do Amaral Donini, FêCris Vasconcellos, Filipe Techera, Gabriela Favre, Guilherme Nagamine, João Vicente Ribas, Jonas Gonçalves da Silva, Marcela Duarte, Marco Túlio Pires, Mateus Netzel, Milena Giacomini, Monica de Sousa França, Nadia Leal, Pedro Luiz da Silveira Osório, Priscila dos Santos Pacheco, Rafael Paes Henriques, Roberto Nogueira Gerosa, Roberto Villar Belmonte, Rodrigo Ghedin, Rodrigo Muzell, Rogerio Christofoletti, Rose Angélica do Nascimento, Rosental C Alves, Sérgio Lüdtke, Silvia Franz Marcuzzo, Silvio Sodré, Simone Cunha, Suzana Oliveira Barbosa, Taís Seibt, Vinicius Luiz Tondolo, Vitor Hugo Brandalise, Washington José de Souza Filho.
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🌱 Como o Google e a Meta dizimaram a mídia local. Circulou nessa semana nas redes sociais um vídeo produzido pela More Perfect Union, organização cuja missão é empoderar a classe trabalhadora ao reportar suas lutas e desafios, sobre como o Google e o Facebook teriam desempenhado grande protagonismo na captura do jornalismo como um todo e particularmente o local. Os argumentos do vídeo não são exatamente novos, mas a edição é contundente, o que talvez explique porque tenha chamado atenção – provavelmente até mais do que centenas de estudos sobre o assunto, inclusive um com a participação deste autor que vos fala no já longínquo ano da graça de 2020 e um bem recente de um colega brasileiro. O vídeo toma como ponto de partida a falência do Greer Citizen, uma publicação local de 106 anos de uma cidade da Carolina do Sul, no fim de julho, por causa de uma queda de receita. Segundo a reportagem, em média, 2,5 jornais foram fechados a cada semana nos EUA durante o ano de 2023 e metade das cidades do país tem apenas um ou mesmo nenhum jornal local – configurando, portanto, os chamados desertos de notícias. O vídeo conta que, em 2005, a receita total dos jornais americanos bateu na casa dos US$ 50 bilhões, mas de lá para cá caiu vertiginosamente até US$ 9,8 bilhões em 2022. Quem ficou com essa diferença e ainda desenvolveu novas frentes? Sim, principalmente o Google (que aumentou seu faturamento de US$ 20 bilhões em 2017 para US$ 260 bilhões atualmente, de acordo com Lee Hepner, senior legal counsel do American Economic Liberties Project) e a Meta, dona do Facebook, WhatsApp, Instagram, entre outras propriedades digitais. Para os especialistas entrevistados (e também para pesquisadores do assunto como Anne Helmond, que canta a pedra desde 2015), a vantagem competitiva dessas empresas no mercado de anúncios publicitários tem menos a ver com inovação tecnológica e mais a ver com consolidação corporativa através de aquisição de empresas como a Double Click no caso do Google e do Zap e do Insta no caso da Meta. O vídeo também lembra como as duas gigantes atuaram nos casos de legislação que tentava regular suas atuações e obrigá-las a pagar o jornalismo pelo uso indiscriminado de seu conteúdo na Austrália e no Canadá e como o Google usou seu lobby para melar algo semelhante na Califórnia, transformando o chamado Journalism Preservation Act em um acordo que destina cerca de US$ 250 milhões em 5 anos para o jornalismo do estado como um todo – muito pouco na opinião de Anita Chabria, do LA Times, e o suficiente para Ken Doctor, que escreve para o Nieman Lab. Na semana passada, o Departamento de Justiça dos EUA terminou de fazer suas considerações no julgamento do Google por monopólio no mercado de anúncios publicitários online ao retratar um mercado no qual é muito difícil para os editores escaparem de sua dependência do Google. Existe um otimismo dos especialistas entrevistados para o vídeo e para o Centro para o Jornalismo e a Liberdade de que o processo resultará em um desmembramento da plataforma de big tech, abrindo caminho para resultados semelhantes em outras frentes (como no caso dos mecanismos de pesquisa e nas redes sociais) e novas possibilidades de financiamento para o resto da mídia nos EUA. Gostaria de compartilhar desse otimismo. (GC)
🌱 World News Day I: só o público pode nos salvar. Sábado passado, 28 de setembro, foi o Dia Mundial das Notícias, ou Dia Mundial do Jornalismo. A iniciativa busca “chamar a atenção das pessoas para o papel que os jornalistas têm em fornecer notícias e informações credíveis capazes de servir ao público e à democracia”. Na data circularam alguns textos refletindo sobre o atual momento do jornalismo. Em geral, essas reflexões reafirmam o compromisso do jornalismo com os fatos e ressaltam a hostilidade crescente por parte da política institucional – seja a autoritária, seja a que chega ao poder por vias democráticas mas sabota a democracia ao atacar o jornalismo. Quero primeiro destacar o texto que Rasmus Kleis Nielsen escreveu sobre o assunto para o Reuters Institute, e que também marcou sua despedida à frente da organização. No bloco seguinte, trago reflexões de outros artigos sobre a mesma temática.
Bom, Nielsen lembra que o jornalismo sempre esteve ligado às pessoas no poder. Não só porque elas possuem as informações necessárias para os cidadãos, mas porque elas precisavam da exclusividade que a mídia tinha em levar essas informações às pessoas. Mas essa simbiose foi implodida pelo ambientel digital, especialmente pelas redes sociais. Agora, os políticos seguem no poder e com poder, mas não precisam mais do jornalismo para comunicar suas ideias, ações, planos. E quando o jornalismo vai atrás dessas informações (e as questiona) é recebido com quatro pedras na mão. Até nas democracias mais liberais, lembra Nielsen, políticos vêm dando cada vez menos entrevistas a repórteres. A solução pra isso, sugere o ex-diretor do Reuters Institute, é se aproximar do público. Porque as pessoas seguem precisando de informações objetivas e bem apuradas – e isso as aproxima da democracia. “Quando cientistas sociais como eu tentam avaliar a importância democrática do jornalismo independente, o principal parâmetro é o que ele pode fazer pelo público – e há fortes evidências de que, com suas imperfeições, ele pode oferecer muito do que valorizamos”, escreveu. Só que não basta apenas seguir dizendo que nós somos importantes para a democracia, argumenta Nielsen. Isso é pregar para convertidos. Precisamos ouvir. O pesquisador, inclusive, faz uma crítica ao slogan do World News Day deste ano, que é “Choose Truth” (“Escolha a verdade”). Porque soa como mais uma afirmação de que o problema, na verdade, é das pessoas, que preferem escolher outras narrativas à verdade. Mas renovar o contrato entre o jornalismo e o público vai precisar mais do que dizer o quão importante é o trabalho que fazemos, escreveu.
“Será necessário entender por que tantas pessoas cada vez mais sentem que [o nosso trabalho] não é [importante]. Talvez essa seja uma ideia para o Dia Mundial das Notícias do ano que vem: dedicá-lo aos jornalistas que tiram um tempo para falar com as pessoas em vez de para elas. Talvez o slogan pudesse ser menos um imperativo – escolha a verdade! – e mais uma pergunta feita ao público na qual a profissão, em última análise, confia – o que podemos fazer por você?”
Essa pergunta, “o que podemos fazer por você?”, me lembrou o jornalismo de subjetividade, da Fabiana Moraes, e o jornalismo circular de Nicolás Ríos no Documented, em Nova York. “Queríamos deixar para trás o jornalismo extrativista para um jornalismo inclusivo, onde nossos públicos participam da criação de conteúdo noticioso”, disse Ríos, em uma análise de estudo de caso publicada no site Gather. Colocando as pessoas para dentro do processo, afirmou, ficou mais fácil de ter um “entendimento do que é mais importante” para as pessoas. (MO)
🌱 World News Day II: a verdade sob pressão. David Walmsley, editor-chefe do canadense The Globe and Mail e criador do World News Day, lembrou o motivo que levou mais de 600 redações e organizações de mídia do mundo inteiro a se juntarem à data: 28 de setembro é “um dia para parar e refletir sobre a importância da independência e da bravura de jornalistas que fazem a diferença em suas comunidades”. Kathy English, editora do Toronto Star, também no Canadá, escreveu que a verdade deve ser a pedra fundamental da relação entre jornalistas e o público, e lembrou da dificuldade de manter essa edificação de pé atualmente:
“Para o público, [escolher a verdade] significa a necessidade de distinguir entre notícias reais e rumores e falsidades disfarçadas de fatos, um desafio cada vez mais difícil nesta era de conteúdo digital gerado por IA e ‘maus atores’ com a intenção de semear a discórdia pública com desinformação maliciosa. Para jornalistas, significa redobrar nosso princípio fundamental de servir ao público com a verdade fundamentada em fatos completamente verificados.”
A ganhadora do Nobel da Paz em 2021, Maria Ressa, e o editor-chefe do sul-africano Daily Maverick, Branko Brkic, disseram que as plataformas tecnológicas são “campos de batalha onde nosso futuro está sendo decidido – muitas vezes sem nossa permissão e contra nossa vontade”, e que é dever do jornalismo baseado em fatos e evidências “defender os valores sobre os quais nossa civilização foi construída” – ainda que muitas vezes o “próprio uso da palavra ‘verdade’ carregue o significado de mentira”.
“Nós, jornalistas ao redor do mundo, em momentos em que sistemas estão desmoronando e verdades fundamentais estão sob pressão, devemos mostrar que somos feitos de uma matéria mais forte; do tipo que pode resistir a campanhas de desinformação, ataques sustentados e uma inundação de mentiras.”
Pra fechar o bloco e o assunto, Mariane Nava, propõe, no ObjETHOS, uma discussão sobre a relação entre o jornalismo brasileiro, especialmente o representado pelos grandes jornais, como Folha e Estadão, e a defesa da democracia. A pesquisadora defende que, embora esses veículos digam se apoiar na ideia de que são “fundamentais à democracia”, nem sempre é bem assim, e suas ações acabam por fragilizar a própria democracia que dizem defender.
“Quando se analisam os jornais mainstream nota-se o esvaziamento ou ressignificação de sentido do conceito [de democracia] , que parece reduzido a um sistema político eleitoral, cujo efeito recai sobre a própria imprensa, que legitima o fazer jornalismo no ideal democrático. O resultado da fragilização da base dessa “lógica” atinge o sistema como um todo, aumentando o descrédito nos jornais e contribuindo para o crescente movimento de pessoas que deixam de ler os jornais e passam a se informar por meio das redes sociais.”
(MO)
🌱 O dilema de usar 'feito com IA' em conteúdo jornalístico (parte 2). Já falamos sobre o tema na NFJ#473 e agora temos mais assunto. Segundo um relatório da Trusting News em parceria com a Online News Association (ONA), 94% de um grupo de mais de 6 mil pessoas gostariam que os jornalistas revelassem quando usam inteligência artificial para produzir conteúdo. O problema é que, quase ao mesmo tempo, saiu um novo estudo com quase 5 mil respondentes dizendo que eles são céticos em relação a manchetes rotuladas como 'feito com IA' e tendem a ter menos intenção de compartilhar essas notícias mesmo que as histórias sejam fidedignas ou escritas quase que na sua totalidade por humanos. Segundo os pesquisadores, os leitores tendem a pressupor uso total da IA no processo de produção de uma reportagem com esse tipo de rótulos. E agora, José? A situação não se resolve facilmente (ou seja, só usar um rótulo não parece suficiente). Na NFJ#473, o remédio sugerido foi que as organizações de notícias procurassem realizar pesquisas de audiência para obter respostas das próprias comunidades que servem. O relatório da Trusting News vai um pouco além ao recomendar que:
Os jornalistas expliquem porque a IA foi utilizada e como editores humanos revisaram o material para garantir precisão e padrões éticos;
As redações engajem com suas audiências para discutir o assunto (para isso, a Trusting News preparou um formulário que deve ser encaminhado para os leitores e um guia de entrevista a ser aplicado pelos jornalistas);
Sejam feitos investimentos em educação sobre IA, e
Na prática do uso responsável da IA nos produtos de notícias.
Os pesquisadores responsáveis pelo relatório também dão dicas de como as redações podem se aprofundar nos itens 3 e 4. Ou seja, ferramentas tecnológicas que, em tese, tornaram o processo de produção de notícias mais eficiente também criaram outras novas (e trabalhosas) tarefas para os jornalistas – se quiserem seguir as recomendações e fazer tudo bonitinho, claro. Era isso sobre IA por hoje. Se quiserem, podem encontrar no nosso Centro de Recursos mais 14 links novinhos em folha sobre IA e jornalismo coletados nesta semana (somente para assinantes). (GC)
🌱 Notícias da indústria e links diversos. Levantamento da Coalizão em Defesa do Jornalismo mostra que, desde o início do período eleitoral, já foram registrados 38.008 ataques online contra a imprensa, sendo 34.801 no X, 2.716 no Instagram e 491 no TikTok. [Abraji] | O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) assinou protocolo inédito com o TRE/RS, que busca garantir a integridade física e moral dos jornalistas durante a cobertura das eleições no estado. [SindjoRS] | Em nível nacional, a Fenaj orientou os 31 sindicatos filiados a adotarem medidas para garantir a segurança dos profissionais, como a adoção de plantões de dirigentes sindicais e assessorias jurídicas para atuar no dia 6 de outubro. [Fenaj] | O mercado está cruel com os focas: pesquisa realizada pelo Instituto Smesp e pela plataforma Worklaove revela que 40,4% dos graduados em Jornalismo atuam fora de sua área de formação. E isso leva a um outro problema, pois os graduados que atuam em suas áreas ganham cerca de 27,5% a mais do que aqueles que trabalham fora delas. [Portal dos Jornalistas] | Paulo Lara e Raísa Cetra, codiretores executivos da ARTIGO 19 Brasil, defendem que a interrupção geral do serviço da plataforma X se mostra extrema e não parece responder de maneira proporcional ao objetivo pretendido. [ARTIGO 19] | Como demos na semana passada, a CNN lançou um paywall digital em seu site nos EUA, com benefícios para os assinantes. Entre eles, documentários, originais, curadoria jornalística e menos anúncios. [CNN] | A agência Reuters também acaba de anunciar seu paywall, primeiro no Canadá, seguido por partes da Europa e dos EUA. [Reuters] | Em sua primeira aparição pública após a libertação, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou: “Quero ser totalmente claro: não estou livre porque o sistema funcionou. Hoje estou livre, depois de anos de prisão, porque me declarei culpado de jornalismo”. [CNN] | Saíram os finalistas do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. A cerimônia de premiação será no dia 29 de outubro. [ARTIGO 19] | Saiu também a premiação do Online Journalism Awards 2024, um dos prêmios mais importantes em jornalismo digital do mundo. Este ano, nenhum veículo brasileiro entrou na lista. [ONA] | Pra finalizar o bloco, mais uma premiação, desta vez acadêmica: A Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) divulgou o resultado do Prêmio Adelmo Genro Filho, que reconhece os melhores TCCs, dissertações e teses em jornalismo do país. [SBPJor] (LV)
💎 OnPoynt: receitas, IA e inovações. Hoje vamos discutir os dois últimos capítulos do relatório do Instituto Poynter, que prevê um futuro não tão sombrio para o jornalismo. Estamos fazendo isso há três edições, somente para nossos assinantes pagos. Na NFJ#479, fomos direto para as conclusões do estudo e resumimos uma entrevista de Neil Brown, presidente do Poynter e líder do projeto. Na NFJ#480, comentamos os capítulos de audiências, confiança e criadores. Na semana passada, foi a vez de notícias locais e produtos. Hoje, para finalizar, fizemos a leitura comentada dos capítulos sobre receitas e IA e inovações. Vem com a gente! (LV)
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