NFJ#467 ❄️ DNR 2024: ascensão dos influenciadores impõe concorrência ao jornalismo
O Digital News Report 2024, relatório anual do Reuters Institute, destaca também a importância das plataformas de vídeo, a desconfiança em relação à IA e o crescimento do news avoiding
Hey!
Moreno aqui, em mais um dia chuvoso em Porto Alegre. De novo, passamos quase toda a semana abaixo de chuva. E, novamente, em meio a muitos alagamentos. Mas aos poucos o traumático mês de maio vai ficando para trás. O inverno começou mas o frio não veio – e, na boa, nunca mais virá. Amanhã vai fazer perto de 30 graus. Já era.
Bom, vamos nessa que hoje é dia de DNR. A Lívia (LV) leu o relatório e preparou uma primeira análise, que ocupa os três primeiros blocos desta edição. Depois eu (MO) falo sobre duas mesas do Festival 3i, que rolou no Rio no final da semana passada, e a Lara (LE) completa a NFJ#367 com os destaques de um estudo da Earth Journalism Network sobre tendências para o jornalismo climático.
Antes de começar, confiram, no blog dos nossos parceiros, como reduzir a taxa de rejeição do seu site.
Bora.
Lívia tem a palavra.
💡 A semana começou com o lançamento do Digital News Report 2024, o já esperado relatório do Reuters Institute, da Universidade de Oxford, sobre o consumo de notícias online pelo mundo. O DNR é publicado anualmente desde 2012 e a partir de 2015 começamos a nossa curadoria analítica da pesquisa (2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023). Na NFJ de hoje, separamos três blocos para destrinchar o relatório e provavelmente voltaremos a ele na próxima news.
Antes de começarmos, vale explicar um pouco a metodologia. Em janeiro e fevereiro deste ano, 95 mil pessoas de 47 países responderam ao questionário online aplicado pelo YouGov. O Marrocos foi incluído neste relatório e, no Brasil, foram ouvidas 2.022 pessoas, número ligeiramente menor do que em 2023 (2.047). Vale também deixar alguns links para quem quiser mergulhar nos dados ou apenas ler resumos: PDF completo, dados do Brasil, thread no Twitter/X, vídeo com os principais destaques, slides e podcast com os autores do DNR 2024, a saber: Nic Newman, Richard Fletcher, Craig T. Robertson, Amy Ross Arguedas e Rasmus Kleis Nielsen.
❄️ DNR 2024: principais destaques. Se pudéssemos resumir o sumário executivo em três manchetes, seriam:
As plataformas de vídeo estão ganhando importância como fontes de notícias, especialmente para os jovens;
A maioria das pessoas se sente desconfortável com notícias feitas com IA, mesmo com supervisão humana;
As assinaturas de sites de notícias estagnaram, com uma porcentagem significativa de assinantes pagando menos do que o preço cheio (ou seja, aproveitando períodos de teste ou promoções).
Quando olhamos para o contexto, dá pra entender a complexidade do ecossistema jornalístico: eleições em muitos países, guerras, desinformação, a ameaça da inteligência artificial. E, claro, a agência das plataformas no jornalismo, o que os autores estão chamando de “platform reset”. Para eles, as plataformas continuam a ser tão importantes como sempre – mas o papel e a estratégia de empresas individuais estão mudando à medida que competem e evoluem. Houve um declínio global de 4 pontos percentuais na utilização do Facebook para notícias e um maior consumo de aplicativos de mensagens privadas e redes de vídeo. O relatório faz uma observação interessante: o consumo de notícias por plataformas está se fragmentando, com seis redes atingindo agora pelo menos 10% dos respondentes, em comparação com apenas duas há 10 anos. O YouTube é usado para notícias por quase um terço (31%) da amostra global, o WhatsApp por 21%, enquanto o TikTok (13%) ultrapassou o Twitter/X (10%) pela primeira vez. Vídeos curtos de notícias são acessados por dois terços (66%) dos entrevistados, com formatos mais longos atraindo cerca de metade (51%). E esse consumo se dá majoritariamente (72%) nas plataformas e não nos sites jornalísticos (22%), “aumentando os desafios em torno da monetização”, salientam os autores. Podcasts de notícias continuam sendo um ponto positivo para os publishers, atraindo públicos mais jovens e bem instruídos, mas trata-se de um consumo minoritário, em geral. A adoção da IA no jornalismo está sendo vista com certa desconfiança, especialmente para hard news. Os respondentes se mostram mais confortáveis com o uso da IA em tarefas de bastidores, como transcrição e tradução. Essa parece ser a melhor notícia do relatório, embora não saibamos ainda se é um alívio temporário. A confiança nas notícias manteve-se estável globalmente ao longo do último ano, mas ainda é quatro pontos inferior do que era no auge da pandemia. O ato de evitar notícias seletivamente cresceu, na média global. Cerca de quatro em cada dez (39%) dizem que às vezes ou frequentemente evitam as notícias – um aumento de 3 pontos percentuais em relação à média do ano passado – com aumentos mais significativos no Brasil, Espanha, Alemanha e Finlândia. (LV)
❄️ DNR 2024: dados do Brasil. Ano passado, na NFJ #422, fiz o exercício de identificar algumas tendências do DNR 2023 que apareceriam no relatório deste ano. E não é que acertei? Nas frases numeradas, a previsão de 2023. No parágrafo logo abaixo, dados do DNR deste ano. Vejam só:
Facebook tende a seguir caindo e WhatsApp tende a subir no uso para notícias.
DNR2024: O consumo online de notícias via Facebook caiu seis pontos percentuais e agora está em 29%. A queda no Brasil foi maior que a média global, de 4 p.p. O WhatsApp continua em primeiro, com 38%, embora não tenha subido (interessante que os dados deste ano registram uma queda no consumo de todas as redes sociais, comparando com 2023).
TikTok cresceu, vai ultrapassar o Twitter, mas ainda está atrás do Instagram, e não parece que vá aumentar a ponto de superá-lo em 2024.
DN2024: O TikTok (14%) ultrapassou em muito o Twitter/X (9%), que sempre foi uma rede social propícia à circulação de notícias. Que fiasco a gestão Elon Musk, hein? 36% dos entrevistados utilizam o Instagram para notícias e 38%, o YouTube (que empata com o WhatsApp).
A confiança está em tendência de queda e, dado o não arrefecimento da polarização no país — que envolve a rejeição a alguns veículos tradicionais —, acho bem difícil que essa tendência seja revertida no próximo ano.
A confiança nas notícias manteve-se em 43%, mesmo índice de 2023. Rodrigo Carro, que assina o capítulo sobre o Brasil, analisa: “O Brasil ocupa o primeiro lugar, em termos de confiança, entre os seis países latino-americanos pesquisados. As grandes marcas de notícias, juntamente com os seus programas de TV noturnos, continuam a ser os mais confiáveis em geral, juntamente com os jornais impressos”.
Com o fim do governo Bolsonaro, a tendência é que o índice de liberdade de imprensa melhore no próximo ano.
Como noticiamos na NFJ #462, o Brasil subiu 10 posições no índice Mundial de Liberdade de Imprensa da RSF, o que não significa, claro, que estamos livres de ameaças. Inclusive, uma das principais conclusões do relatório da RSF é que os Estados não conseguem proteger o jornalismo.
Embora tenha aumentado este ano (de 18% para 20%), é improvável que a disposição de pagar por notícias online tenha um crescimento significativo, dada a situação econômica do país..
Em 2024, 19% dos respondentes disseram estar dispostos a pagar por notícias. Não estamos tão bem quanto a Noruega, onde o índice é de 40%, mas nem tão mal como a França (11%) e o Reino Unido (8%).
Sigamos com outros dados importantes do DNR 2024 para o Brasil. G1, UOL e Globo.com são os veículos online com maior alcance semanal, respectivamente. Rodrigo Carro destaca que, embora a TV ainda receba as maiores verbas de publicidade, a sua utilização como fonte de notícias diminuiu acentuadamente desde 2015 (de 81% a 50%). A proporção de entrevistados que evitam notícias com frequência ou às vezes atingiu 47%, acima dos 41% de 2023 e bem mais que a média global de 39%. Sinal de alerta, né? A meu ver, essa é a pior notícia do relatório deste ano, junto com o assunto do próximo bloco. (LV)
❄️ DNR 2024: a “concorrência” e ascensão dos influenciadores de notícias. Todo ano, os autores selecionam alguns temas que tiveram destaque e fazem um mergulho mais profundo. Este ano, me chamou atenção o texto de Nic Newman sobre a ascensão de vozes alternativas e influenciadores de notícias nas redes sociais e de vídeo “Em redes mais recentes, como o TikTok e o Instagram, bem como em plataformas de vídeo como o YouTube, a grande mídia é significativamente desafiada por uma série de influenciadores, criadores e personalidades, bem como por meios de comunicação alternativos menores e pessoas comuns. Isso contrasta com redes mais antigas, como o Facebook e o X, onde os principais meios de comunicação e os jornalistas ainda tendem a liderar a conversa quando se trata de notícias, embora com forte concorrência de outras fontes”, diz Newman. De modo qualitativo, os autores analisaram respostas abertas de usuários do Facebook, X, YouTube, Instagram, Snapchat e TikTok em cinco países: Estados Unidos, Reino Unido, França, Argentina e Brasil. Vamos nos concentrar, claro, nos achados do Brasil. Segundo os autores, o Brasil segue um padrão semelhante ao da Argentina, com as maiores marcas de notícias como Globo, Record e CNN Brasil trabalhando com apresentadores de TV para construir perfis e influência em canais sociais. Jornalistas veteranos, com reputação de comentários políticos conservadores, alargaram a sua influência. Alexandre Garcia, que encabeça a lista, foi acusado de espalhar informações falsas sobre a pandemia de Covid-19, com centenas de vídeos removidos de sua conta no YouTube. Um trecho importante:
“Uma característica distintiva das mídias sociais brasileiras é a proeminência de jornalistas e influenciadores famosos. Leo Dias e Hugo Gloss têm mais de 15 milhões de seguidores no Instagram, mas combinam isso com seus próprios sites, além de trabalharem em estreita colaboração com portais de mídia tradicionais para ampliar seu alcance. Influenciadores da moda ou da música como Virgínia Fonseca (46 milhões de seguidores no YouTube) e Carlinhos Maia (30 milhões) também são amplamente mencionados nos nossos dados, embora raramente discutam questões políticas ou sociais. Eles ganham dinheiro principalmente com publicidade e recomendações de produtos”.
As cinco contas individuais mais mencionadas mostram bem essa diversidade (eu diria, confusão) do ecossistema de mídia brasileiro:
No texto sobre os dados do Brasil, Rodrigo Carro observa que, “apesar de seus esforços para aumentar a audiência no TikTok, a mídia noticiosa não é páreo para as personalidades mais conhecidas de lá. A maior emissora do país, a TV Globo, tem cerca de 6 milhões de seguidores no TikTok, enquanto o comediante Whindersson Nunes tem 22,4 milhões”. Como afirmei no bloco anterior, essa “concorrência” com os influenciadores – que nem sempre têm foco nas notícias – é mais um ingrediente na crise que enfrenta a indústria jornalística e não me parece que esse quadro irá se reverter. E vejam o caráter nefasto que essa “concorrência” pode incorporar a partir do que o Moreno escreveu sobre a mesa em que ele participou no Festival 3i. (LV)
❄️ Festival 3i I: o desastre ambiental no RS como fonte de lucro para propagadores de desinformação. Como compartilhei na semana passada, eu mediei uma mesa do festival sobre desinformação no contexto de desastres climáticos como o vivido pelo RS. Estiveram junto comigo Christian Gonzatti, professor e pesquisador da Unisinos, Natália Leal, da Lupa, e Tai Nalon, do Aos Fatos. Como não de se surpreender, a discussão sobre desinformação transcendeu o acontecimento enchentes e abordou a responsabilidade das plataformas, especialmente a partir da fala da Tai, e de uma lógica de desinformação – muito bem apropriada pela extrema direita, como sabemos – que beneficia com engajamento (e, consequentemente, com grana) conteúdos mentirosos, a partir da reflexão proposta por Gonzatti. O professor da Unisinos usou como exemplo a postura de Nego Di. Ao ser autuado pelo Ministério Público pela disseminação de desinformação, o influenciador riu da Justiça ao dizer que, se fosse preso, ele poderia cobrar mais caro pela publicidade (nos seus canais), compraria uma Ferrari e uma casa maior, e por aí vai. Gonzatti lembrou que o número de seguidores de Di explodiu durante as enchentes, fazendo ele e o Instagram lucrarem com o compartilhamento de conteúdos falsos ou de teor extraordinário. Tai Nalon lembrou que a pergunta “como combater a desinformação em tempos de crise?” vem sendo repetida há anos, e que as propostas de solução sempre passam pelo plano individual – postura cuja eficácia acaba limitada, entre outros motivos, por estarmos imersos em um ecossistema de desinformacional que acaba por questionar, com o passar do tempo, a validade e a eficácia das ações feitas pelo indivíduo. E daí deriva o papel das plataformas, que funcionam e são financiadas pela circulação de desinformação, bem como por conteúdos de caráter perfomático – como os produzidos por muitos gestores públicos Brasil afora (o governador do RS, Eduardo Leite, é um bom exemplo). No meio disso tudo está o jornalismo. “Eu acho injusto impor ao jornalismo a demanda de reatar laços sociais e resolver problemas estruturais da democracia. [...] Existem demandas que não é o jornalismo que deve cumprir. Outros players muito relevantes na distribuição de informação verificada devem fazer uma autocrítica – e eu estou falando das plataformas, mas também tô falando dos políticos que vendem essa noção de cidadania performática”, afirmou diretora-executiva dos Aos Fatos. A performance – e o lucro obtido a partir dela – também apareceu na fala da Natália a partir de um episódio coincidentemente (ou não) envolvendo o Nego Di. Através de uma medida cautelar, o influenciador pediu à Lupa que retirasse as verificações que o envolvessem. Mas não porque ele estava falando a verdade e a Lupa, portanto, estava errada em publicar as checagens. E sim porque o trabalho dos jornalistas poderia afetar a sua capacidade de lucro. “A pessoa quer uma autorização para mentir e pede que a gente faça vista grossa”, afirmou a diretora-executiva da Lupa. (MO)
❄️ Festival 3i II: recursos para o jornalismo de interesse público. Na mesa de abertura do último dia do festival, “Fundos de apoio ao jornalismo pelo mundo”, Nina Weingrill nos deu uma boa notícia: o anúcio de um fundo independente para financiar o jornalismo de interesse público. A iniciativa – que começou a ser gestada dentro da Ajor, mas que agora segue como uma entidade independente – já recebeu um aporte de US$ 2 milhões de cinco organizações filantrópicas e deve oferecer os primeiros apoios ainda neste ano, segundo escreveu Carolina de Assis nesta matéria para a LRJ. Segundo Weingrill, o fundo vai começar a operar em caráter piloto, pois ainda está aberta uma consulta pública para que membros do campo do jornalismo brasileiro contribuam para a construção da melhor forma de gerir esses recursos. Quem quiser participar, basta acessar este formulário. “O que nós construirmos agora é para testar, tanto o modelo de governança quanto as políticas de transparência e os mecanismos de seleção [para os apoios]. E, no final, haverá uma rodada de apoios dentro do período piloto”, disse Natasha Felizi, diretora de divulgação científica no Instituto Serrapilheira – a outra consultura à frente da iniciativa – à LJR. Na conversa das integrantes da mesa com o público apareceu um temor sobre a “canibalização” de recursos das mesmas organizações filantrópicas dispostas as contribuir com o fundo. Veículos que já recebem recursos dessas entidades temem ver essa fonte de receita secar porque o financiador decidiu redirecionar o dinheiro para o fundo. Weingrill e Felizi afirmam que a ideia é que os recursos injetados não sejam os mesmos, e sim um incremento em relação ao que é repassado atualmente. Mas nada é garantido, pois elas não têm como controlar onde e como as filantropias investem seu dinheiro. A notícia é boa, mas as consultoras não veem o fundo como a tábua de salvação financeira do jornalismo. “[...] é algo que vem para somar e não necessariamente resolver o problema, mas para enriquecer esse ambiente”, disse Felizi. (MO)
🥕 Ecohistórias na NFJ: entrevista com Paola Salerno e tendências para o jornalismo climático. Na primeira entrevista realizada após as enchentes de 2024 no RS, o podcast @ecohistorias, desta que vos fala, entrevistou a Paola Salerno Troian, a Greenga. Ela falou sobre seu histórico como produtora de conteúdos sobre veganismo, futuro, crise climática e consumo consciente, abrindo sua caixinha de pandora para revelar como a IA auxilia no engajamento de seus conteúdos e alertando para a importância de furar bolhas. Paola contou sobre porque abandonou o rótulo de influenciadora digital, explicando que a forma como se posiciona reflete seus valores, e não os do mercado – e por isso ela escolhe o tipo de conteúdo patrocinado que aceita fomentar nas suas redes. Destacou ainda a dificuldade de atrair atenção do público masculino para a pauta ambiental, por isso, tem buscado criar posts a luz de dados econômicos para reforçar a luta contra o negacionismo climático.
Uma pesquisa da Earth Journalism Network analisou as barreiras e tendências no jornalismo climático, entrevistando 744 jornalistas de 108 países. O estudo revela que, apesar do aumento da cobertura climática nos últimos dez anos, ainda há desafios significativos, como a prática de ouvir "os dois lados" incluindo céticos do clima, falta de financiamento e segurança para os jornalistas. A pesquisa sugere maior formação em ciência para jornalistas e destaca a necessidade de mais recursos para uma cobertura climática adequada. (LE)
É isso.
Bom final de semana que até sexta que vem.
Moreno Osório, Lívia Vieira e Lara Ely
Nosso agradecimento de <3 vai para:
Adriana Martorano Vieira, Alexandre Galante, André Caramante, Andrei Rossetto, Ariane Camilo Pinheiro Alves, Ben Hur Demeneck, Bernardete Melo de Cruz, Bibiana Osório, Bruno Souza de Araujo, Caio Maia, Cristiane Lindemann, Edimilson do Amaral Donini, FêCris Vasconcellos, Filipe Techera, Gabriela Favre, Guilherme Nagamine, João Vicente Ribas, Jonas Gonçalves da Silva, Luiza Bandeira, Marcela Duarte, Marco Túlio Pires, Mateus Marcel Netzel, Monica de Sousa França, Nadia Leal, Pedro Luiz da Silveira Osório, Priscila dos Santos Pacheco, Rafael Paes Henriques, Regina Bochicchio, Roberto Nogueira Gerosa, Roberto Villar Belmonte, Rodrigo Ghedin, Rodrigo Muzell, Rogerio Christofoletti, Rose Angélica do Nascimento, Sérgio Lüdtke, Silvio Sodré, Simone Cunha, Suzana Oliveira Barbosa, Sylvio Romero Corrêa da Costa, Taís Seibt, Vinicius Luiz Tondolo, Washington José de Souza Filho.
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