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NFJ#490 đŸŒ± Quem sĂŁo e o que postam os “news influencers” nos EUA

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Informar sobre o uso de IA Ă© suficiente? | O desafio de cobrir a catĂĄstrofe climĂĄtica | Bluesky x Threads | O que as pessoas pensam sobre as plataformas e o ecossistema das notĂ­cias?

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Moreno Cruz OsĂłrio
and
LĂ­via Vieira
Nov 29, 2024
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NFJ#490 đŸŒ± Quem sĂŁo e o que postam os “news influencers” nos EUA
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Boa tarde!

Moreno aqui, encaixando cada compromisso em um buraco determinado da agenda (do filho). Ler um artigo acadĂȘmico na arquibancada de um ginĂĄsio esperando a aula de futsal do filho nĂŁo rola; responder emails, sim. Escrever a news enquanto o filho pede açaĂ­/lanche/pra bricar nĂŁo Ă© o ideal, mas muitas vezes Ă© o que dĂĄ pra fazer.

E assim vamos indo.

Ah, quatro newsletters TO GO para terminar o ano. Jå aviso que faremos aquele tradicional recesso de Natal/Réveillon e depois paramos de novo em fevereiro para merecidas férias. Mas mais pra frente eu trago detalhes dessa agenda.

Até porque antes disso tudo tem O jornalismo no Brasil em 2025! Aguardem!

No fim da newsletter hĂĄ um diamante (💎). Hoje temos dois, inclusive! Na primeira anĂĄlise, eu leio uma pesquisa do Pew Research Center sobre “influenciadores de notĂ­cias". Sim, o assunto estĂĄ em alta. O estudo Ă© interessante porque joga luz em um fenĂŽmeno saliente, mas ainda pouco compreendido por parte do jornalismo. Na sequĂȘncia, a LĂ­via dĂĄ uma olhada em um relatĂłrio recĂ©m saĂ­do do forno do Reuters Institute sobre a relação das pessoas com as plataformas e o ecossistema de notĂ­cias. Outro tema importante pra gente, e Ă© sempre bom saber o que o PÚBLICO acha desses ambientes – e, olha, em geral galera nĂŁo Ă© nada ingĂȘnua.

As duas anĂĄlises sĂŁo exclusivas para apoiadores aqui no Substack e no Apoia-se.

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Hoje estamos eu (MO) e a LĂ­via (LV) por aqui. Folga pro Giuliander.

Bora!


Nosso agradecimento de <3 vai para:
Adriana Martorano Vieira, Alexandre Galante, Amaralina Machado Rodrigues Xavier, AndrĂ© Caramante, Andrei Rossetto, AntĂŽnio Laranjeira, Antonio SimĂ”es Menezes, Ariane Camilo Pinheiro Alves, Ben Hur Demeneck, Bernardete Melo de Cruz, Bibiana OsĂłrio, Bruno Souza de Araujo, Carlos Alberto Silva, Diogo Rodrigues Pinheiro, Edimilson do Amaral Donini, Fabiana Moraes, FĂȘCris Vasconcellos, Filipe Techera, Gabriela Favre, Guilherme Nagamine, JoĂŁo Vicente Ribas, Jonas Gonçalves da Silva, Marcela Duarte, Marco TĂșlio Pires, Mateus Netzel, Milena Giacomini, Monica de Sousa França, Nadia Leal, Pedro Luiz da Silveira OsĂłrio, Priscila dos Santos Pacheco, Rafael Paes Henriques, Roberto Nogueira Gerosa, Roberto Villar Belmonte, Rodrigo Ghedin, Rodrigo Muzell, Rogerio Christofoletti, Rose AngĂ©lica do Nascimento, Rosental C Alves, SĂ©rgio LĂŒdtke, Silvio SodrĂ©, Suzana Oliveira Barbosa, TaĂ­s Seibt, Vinicius Luiz Tondolo, Vitor Hugo Brandalise, Washington JosĂ© de Souza Filho.
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đŸŒ± Informar sobre o uso de IA na produção jornalĂ­stica Ă© suficiente? De acordo com Kalianny Bezerra, doutoranda e pesquisadora do objETHOS, nĂŁo. Neste artigo, ela destaca que, se os desafios para implementar prĂĄticas transparentes nas redaçÔes jĂĄ eram grandes, “a adoção da IA acrescenta um novo nĂ­vel de complexidade, exigindo reflexĂŁo e adaptação das organizaçÔes noticiosas”. Ela lembra que vĂĄrios veĂ­culos jĂĄ desenvolveram diretrizes ou atualizaram seus princĂ­pios editoriais em relação ao uso de IA (no Brasil, NĂșcleo, EstadĂŁo e Grupo Globo sĂŁo alguns exemplos), mas sĂł isso nĂŁo garante imparcialidade e transparĂȘncia, jĂĄ que as prĂłprias IAs nĂŁo sĂŁo neutras. Para defender esse raciocĂ­nio, a pesquisadora recorre ao nosso guia – O mĂ­nimo que um jornalista precisa saber sobre InteligĂȘncia Artificial para começar 2024 (aĂȘ!). No documento, o Giuliander lembra que “assim como algoritmos de redes sociais e motores de pesquisa, LLMs [sigla em inglĂȘs para grandes modelos de linguagem] nĂŁo sĂŁo neutros: reproduzem preconceitos e estereĂłtipos de seus autores e refletem a falta de diversidade das organizaçÔes que os disponibilizam”. Ou seja, as IA sĂŁo operadas por pessoas, que tĂȘm suas prĂłprias subjetividades. “Estarmos atentos a essas questĂ”es na prĂĄtica jornalĂ­stica implica diretamente na qualidade das informaçÔes – que devem ser relevantes, contextualizadas e plurais para a sociedade”, afirma Kalianny Bezerra. Este texto do ex-repĂłrter do The Garden Island Guthrie Scrimgeour acaba corroborando com o artigo do objETHOS. À Wired, Scrimgeour conta que “os repĂłrteres de IA que assumiram meu antigo emprego acabaram de ser demitidos”. Vejam que histĂłria. James e Rose, apresentadores gerados por IA do jornal local do HavaĂ­, nĂŁo serĂŁo mais utilizados, apĂłs apenas dois meses do lançamento. O programa foi o primeiro do tipo nos EUA, o que lhe dĂĄ bastante relevĂąncia. Embora o veĂ­culo nĂŁo tenha se pronunciado, “parece provĂĄvel que uma resposta pĂșblica amplamente negativa tenha influenciado a decisĂŁo de encerrar a permanĂȘncia de James e Rose no The Garden Island”, afirma o ex-repĂłrter. Mais un trecho:

“James, um homem asiĂĄtico de meia-idade, e Rose, uma ruiva mais jovem, nunca conseguiram descobrir como apresentar as notĂ­cias de uma maneira que nĂŁo fosse profundamente desagradĂĄvel para os espectadores. O programa, que era exibido duas vezes por semana no YouTube, Facebook e Instagram, cobria tĂłpicos tĂŁo variados quanto uma oferta de abĂłboras de outono e uma vigĂ­lia por um massacre – tudo no mesmo tom distante e pragmĂĄtico de seres incapazes de compreender emoçÔes humanas”.

Scrimgeour termina o texto desejando “a James e Rose boa sorte em seus futuros empreendimentos – o mercado de trabalho lĂĄ fora Ă© difĂ­cil”. (LV)


đŸŒ± O desafio de cobrir a catĂĄstrofe climĂĄtica. Depois do fracasso de mais uma COP, a cobertura de meio ambiente / clima se afirma como um desafio ao jornalismo. Com o olhar treinado para observar eventos especĂ­ficos e reconstitui-los a partir de informaçÔes obtidas preferencialmente de fontes oficiais, temos muita dificuldade para cobrir acontecimentos que se alargam no tempo e transcendem as fronteiras das editorias, como Ă© a questĂŁo climĂĄtica. Pesquisadoras como Eloisa Beling Loose alertam hĂĄ tempos: os critĂ©rios de noticiabilidade do jornalismo (comercial) nĂŁo dialogam com a abordagem necessĂĄria para que as pessoas entendam a gravidade da situação. “O jornalismo, portanto, nĂŁo pode abrir mĂŁo da interpretação dos fatos, nĂŁo deve apenas noticiar as COPs ano a ano sem contribuir, de fato, trazendo o aprofundamento dos conteĂșdos e complexificando essa pauta”, escreveu a jornalista Carine Massierer, colega de Eloisa no Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental, da UFRGS, neste artigo publicado no ObservatĂłrio da Imprensa na semana passada, ainda durante a cobertura da conferĂȘncia de Baku. Mas nĂŁo Ă© algo que vai acontecer de um dia pro outro. Gustavo Faleiros, colega com bastante experiĂȘncia na ĂĄrea, refletiu sobre esse desafio em artigo publicado na Ășltima quarta no Infoamazonia. Faleiros conta sobre a frustração que sentiu ao cobrir a COP15, em Copenhague, em 2009, quando ele e outros colegas se mataram trabalhando para assistir “diplomatas engomadinhos dando de ombros” apĂłs as negociaçÔes fracassarem. Naquele momento, ele desistiu de cobrir COPs e decidiu “fazer mais reportagens de campo sobre o desmatamento, as queimadas, as cheias e as secas”. “Mas eu fiz a coisa certa? SerĂĄ que como eu, outros jornalistas deveriam dar menos peso Ă s discussĂ”es da ONU?”, questionou. Nem tanto ao cĂ©u, nem tanto Ă  terra. Faleiros argumenta que o jornalismo deve fazer os dois, “misturar as perspectivas”. Mas abraçando a complexidade, tal como sustenta Bruno Latour, sociĂłlogo francĂȘs para quem a questĂŁo climĂĄtica Ă© uma tĂ­pica controvĂ©rsia da Teoria Ator-Rede. E aĂ­ mora a oportunidade.

O que vejo Ă© que existe um momento Ășnico para o jornalismo. Em que o conhecimento sobre a mudança climĂĄtica se junta Ă  capacidade de investigação de meios e profissionais, extremamente talentosos. Nosso papel nĂŁo serĂĄ outro senĂŁo manter o rigor e o ceticismo sobre as soluçÔes mĂĄgicas que a cada dia se propĂ”e. Investigar as minĂșcias de cada plano Ă© o nosso norte.

No ObservatĂłrio de Jornalismo Ambiental, ClĂĄudia Herte de Moraes lembra: embora o pĂșblico esteja mais preocupado com a questĂŁo climĂĄtica, a galera “nĂŁo demanda dos representantes que estes estejam comprometidos com as açÔes ambientais”. Por quĂȘ?

De uma maneira geral, encontramos diariamente notícias ambientais e climåticas, em função de que os efeitos do aquecimento global e da superexploração da natureza exaurem os limites do planeta e jå fazem parte do nosso cotidiano. O jornalismo em vårias frentes estå atuante. No entanto, é preciso refletir sobre as formas de abordagem destes temas, para que as pessoas consigam exercer a cidadania plena de direitos, que inclui o direito ao ambiente equilibrado e à participação nas definiçÔes das políticas ambientais.

Como escreveu Faleiros, temos trabalho para 100 anos. O problema é saber se o planeta aguenta até lå. (MO)


đŸŒ± Bluesky x Threads. HĂĄ duas semanas, contamos aqui na NFJ sobre veĂ­culos que encerraram seus perfis no Twitter/X, em protesto Ă s aberraçÔes de Elon Musk. Nesse ĂȘxodo para plataformas concorrentes, quem vai levar a melhor? Bluesky ou Threads? O editor de AudiĂȘncia do Guardian na AustrĂĄlia, Dave Earley, afirmou esta semana que o trĂĄfego do Bluesky para o site do jornal Ă© duas vezes maior do que o do Threads. Esta matĂ©ria do Press Gazette elenca os meios de comunicação que voltaram Ă  ativa no Bluesky – muitos tinham perfis, mas nĂŁo davam tanta atenção Ă  rede. De acordo com a Bussiness Insider, o Bluesky cresce tĂŁo rĂĄpido – a base de usuĂĄrios aumentou para 21 milhĂ”es – que estĂĄ correndo para obter mais servidores. Mais pessoas utilizando a rede significa tambĂ©m mais problemas. Em sua newsletter, Casey Newton conta que houve um crescimento de material de abuso sexual infantil. “Em todo o ano de 2023, a Bluesky teve dois casos contra oito somente na Ășltima segunda-feira”, reporta Newton. Com isso, o Bluesky decidiu quadruplicar a equipe de moderadores de conteĂșdo – de 25 para 100. Adam Tinworth avalia que o Threads estĂĄ em baixa, mas nĂŁo fora da disputa: ”o gigante adormecido da Meta acordou e percebeu que tem um problema com a borboleta azul”. Para ele, a competição Ă© boa e impulsionarĂĄ a inovação em ambas as plataformas. Um exemplo Ă© o Sill, agregador de notĂ­cias que mostra os links mais populares compartilhados pelas contas que vocĂȘ segue no Bluesky e no Mastodon. Esta matĂ©ria do Nieman Lab o compara ao Nuzzel (quem lembra dele?) e tem uma entrevista interessante com Tyler Fisher, que criou a ferramenta sabendo que muitas pessoas usam as mĂ­dias sociais como fonte primĂĄria de notĂ­cias. “Para fazer isso diretamente nessas plataformas, vocĂȘ tem que ficar grudado no seu feed ou vocĂȘ perde. Acho que todos nĂłs jĂĄ tivemos a experiĂȘncia de abrir um aplicativo de mĂ­dia social depois de um longo intervalo e nĂŁo ter ideia do que as pessoas estĂŁo falando, certo?”. O Sill mostra o que estĂĄ sendo mais comportilhado pela sua rede. (LV)


đŸŒ± Jornalistas destemidos, oportunidades e um guia de SEO

  • O CPJ divulgou o International Press Freedom Awards (PrĂȘmio Internacional de Liberdade de Imprensa) de 2024. Os premiados deste ano sĂŁo Shrouq Al Aila, jornalista palestina baseada em Gaza, Quimy de LeĂłn jornalista guatemalteco cofundador do Prensa Comunitaria, Samira Sabou, jornalista investigativa do Niger e Alsu Kurmasheva, jornalista russo preso em 2023.

  • No IJNet, 11 oportunidades internacionais que tĂȘm deadline em dezembro. Uma delas Ă© uma bolsa em inovação na mĂ­dia oferecida pela Nieman Foundation for Journalism e pela Berkman Klein Center for Internet & Society. Quem estuda inovação no jornalismo pode submeter um projeto de pesquisa para passar um ano acadĂȘmico em Harvard.

  • (Sempre) tem conteĂșdo bom e Ăștil na newsletter do Ismael NafrĂ­a. A edição mais recente traz o primeiro capĂ­tulo de um manual de SEO para editores produzido por Clara Soteras, jornalista e consultora especializada na ĂĄrea. A primeira parte se chama “Breaking news: ÂżcĂłmo trabajar la Ășltima hora en una redacciĂłn?”. Como dĂĄ pra notar, o conteĂșdo estĂĄ em espanhol. (MO)


💎 Quem sĂŁo e o que postam os “news influencers” nos Estados Unidos. Semana passada a LĂ­via falou de influenciadores, vocĂȘs lembram. Nossa anĂĄlise fez uma leitura do paper Conceptualising the “Newsfluencer”: Intersecting Trajectories in Online Content Creation and Platformatised Journalism, de Eduardo Hurcombe, publicado na Digital Journalism. A principal contribuição do artigo foi oferecer uma definição para um termo em ascensĂŁo: “newsinfluencer”. Nossos apoiadores podem ler a anĂĄlise aqui. Hoje seguimos com o assunto do momento a partir de um estudo do Pew Research Center. O instituto de pesquisa se debruçou sobre o fenĂŽmeno que marcou as eleiçÔes que elegeram Trump: os news influencers e sua audiĂȘncia. Os pesquisadores do Pew selecionaram 500 influenciadores digitais populares e analisaram o conteĂșdo produzido por eles, bem como entrevistaram mais de 10 mil pessoas para saber como a audiĂȘncia se informa (ou nĂŁo) pelo trabalho dos news influencers.

O relatĂłrio tĂĄ dividido em sumĂĄrio executivo + 10 capĂ­tulos. Hoje vamos olhar o sumĂĄrio. Nas prĂłximas ediçÔes podemos seguir report adentro, caso vocĂȘs queiram – ao final da anĂĄlise vou deixar uma enquete. Para os nossos apoiadores, claro. (MO)


💎 O que as pessoas pensam sobre as plataformas e o ecossistema das notĂ­cias? Na Academia, muito se tem falado nos Ășltimos anos sobre a plataformização do jornalismo. Em linhas bem gerais, trata-se da relação (tumultuada) entre as Big Techs e as notĂ­cias. Do ponto de vista de quem pesquisa e de quem faz jornalismo, prevalece um tom crĂ­tico Ă  influĂȘncia de Google, Meta e companhia na distribuição do conteĂșdo jornalĂ­stico. Opacidade, agoritmização e dataficação sĂŁo conceitos frequentemente utilizados para descrever essa tensĂŁo. Mas e do ponto de vista dos cidadĂŁos que consomem jornalismo? Que avaliação prevalece?

É esse o objetivo deste novo relatĂłrio do Reuters Institute, assinado por Waqas Ejaz, Richard Fletcher, Rasmus Nielsen e Shannon McGregor, e baseado em dados de pesquisas recentes do Brasil, Espanha, Alemanha, Argentina, JapĂŁo, Coreia do Sul, Reino Unido e EUA. A seguir, vamos detalhar sete achados do relatĂłrio, para nossos apoiadores. Um spoiler: muitas pessoas acham que as plataformas tĂȘm um impacto positivo. (LV)

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