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NFJ#513 🍂 DNR 2025: vão nos deixar falando sozinhos

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Digital News Report 2025 aponta crescimento do consumo de notícias por redes sociais, a diminuição da influência do “jornalismo tradicional” e a consolidação do vídeo como formato preferido dos jovens

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Moreno Cruz Osório
,
Lívia Vieira
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Giuliander Carpes
Jun 20, 2025
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NFJ#513 🍂 DNR 2025: vão nos deixar falando sozinhos
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Boa tarde!

Moreno aqui, debaixo de chuva em Porto Alegre – igualzinho um ano atrás (em situação bem menos grave do que no ano passado, felizmente) – ouvindo Gala.

Quando o mundo mais precisa de jornalismo, mais a galera dá as costas para o que fazemos. Preferem redes sociais, influenciadores, tiktokers e até chatbots de IA.

É isso que diz o DNR 2025. Podem fechar a news e aproveitar o final de semana.

Mas eu sei que vocês querem saber mais. Então vamos lá.

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Semana passada, na NFJ…

NFJ#512 🍂 Como está a saúde dos jornalistas que cobrem clima?

NFJ#512 🍂 Como está a saúde dos jornalistas que cobrem clima?

Moreno Cruz Osório, Lívia Vieira, and Giuliander Carpes
·
Jun 13
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Nosso agradecimento de <3 vai para:
Adriana Martorano Vieira, Alexandre Galante, Amaralina Machado Rodrigues Xavier, André Caramante, Andrei Rossetto, Ben Hur Demeneck, Bernardete Melo de Cruz, Bernardo Calil, Bibiana Osório, Bruno Souza de Araujo, Daniela Bruno Flor, Diogo Rodrigues Pinheiro, Edimilson do Amaral Donini, Fabiana Moraes, FêCris Vasconcellos, Filipe Techera, Gabriela Favre, Giovanna Ricci, Guilherme Nagamine, Janaína Kalsing, João Vicente Ribas, Marcela Duarte, Marco Túlio Pires, Mateus Netzel, Monica de Sousa França, Nadia Leal, Pedro Luiz da Silveira Osório, Priscila dos Santos Pacheco, Rafael Paes Henriques, Roberto Nogueira Gerosa, Roberto Villar Belmonte, Rodrigo Ghedin, Rodrigo Muzell, Rodrigo Schuinski, Rogerio Christofoletti Rosental C Alves, Sérgio Lüdtke, Sérgio Spagnuolo, Silvio Sodré, Taís Seibt, Vinicius Luiz Tondolo, Vitor Hugo Brandalise, Washington José de Souza Filho.
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🍂 Digital News Report 2025. Primeiro as primeiras coisas. Sempre é bom contextualizar, mas também porque muitos não estavam aqui nas edições passadas dedicadas ao relatório – e talvez há quem esteja sendo apresentado ao DNR agora.

Pois bem, foi publicado nesta semana o tradicional Digital News Report, uma das maiores (senão a maior) pesquisas de consumo de mídia/jornalismo do mundo. Publicado pelo Instituto Reuters, o DNR saiu a primeira vez em 2012, e desde então vem ganhando relevância e tamanho. Desde que a NFJ se conhece por gente lemos o DNR todos os anos e compartilhamos com vocês nossas percepções. Apoiadores têm acesso às nossas análises a partir de 2015 (nascemos em 2014, que saiu a pesquisa), seguindo em 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024 (I e II). (MO)

Como o Digital News Report é feito. Neste ano, o DNR ouviu 97 mil pessoas de 48 países de seis continentes diferentes (mais ou menos 2 mil pessoas por nação), entre a metade de janeiro e o fim de fevereiro de 2025. A novidade deste ano foi a inclusão da Sérvia. No Brasil foram exatamente 2.006 respondentes. Para saber mais, leiam a metodologia. Quem quiser ter o PDF, dá pra baixar aqui. Também dá pra ler em espanhol. Para ir direto aos dados do Brasil, cliquem aqui. A pesquisa é assinada por Nic Newman com a colaboração de Amy Ross Arguedas, Craig T. Robertson, Rasmus Kleis Nielsen e Richard Fletcher.

🍂 DNR: o que diz o Sumário Executivo. Assinado por Nic Newman, a abertura do report destaca a diminuição da influência do “jornalismo tradicional” frente ao crescimento de um ecossistema baseado nas redes sociais e nas plataformas de vídeo, onde influenciadores, youtubers e tiktokers deitam e rolam. Isso tudo em uma realidade marcada por incerteza econômica, mudanças nas alianças geopolíticas, crise climática e conflitos em tudo o que é canto. Ou seja, um contexto em que o jornalismo deveria florescer. Mas não é isso que está acontecendo. Aos poucos, o jornalismo é substituído por mídias parceiras, amigos que entrevistam mas não fazem perguntas difíceis, quando não espalham desinformação. Os EUA ilustram bem essa realidade, que também aparece em partes da América Latina, Ásia e leste europeu. Essa tendência não é tão forte, vejam só, em lugares onde os veículos de notícias mantêm laços fortes com a audiência. O resultado, diz Newman, é o aparecimento de um abismo entre EUA e Europa – que também pode ser definido por uma distância cada vez maior entre conservadores e progressistas – no que diz respeito à liberdade de expressão, especialmente quando o assunto é a moderação de conteúdo nas plataformas. Newman também chama a atenção para os desafios impostos pela IA, as mudanças no cenário dos podcasts e vê uma luz no fim do túnel no jornalismo local.

Algumas das principais descobertas do DNR 2025:

  • As pessoas estão usando menos os meios tradicionais (TV, impresso, rádio e sites de notícias). Por outro lado, cresce a dependência de redes sociais e plataformas de vídeo – especialmente nos Estados Unidos.

  • Cresce a relevância de personalidades e influenciadores no debate público.

  • O uso de plataformas para o consumo de notícias está cada vez mais fragmentado. Apesar disso, o Facebook ainda mostra relevância: 36% da amostra global ainda usam semanalmente a velha rede de Mark para buscar notícias.

  • Cresce o consumo de notícias em vídeo – especialmente o TikTok, que subiu quatro pontos (na amostra global) do ano passado pra cá e tem uma penetração de 49% na Tailândia. Podcasts se afirmam como formato importante para os jovens.

  • Todo mundo segue preocupado em distinguir a verdade da mentira online (58%). Influenciadores e políticos são a maiores fontes de desinformação.

  • Galera tá dividida sobre o uso de IA. Por um lado, acham interessante as possibilidades oferecidas por resumos, traduções, recomendações e mesmo o uso de chatbots para responder questões sobre notícias. Mas tendem a preferir produtos que os humanos ainda estejam na jogada. Também acham que a IA pode acelerar a produção de notícias, bem com torná-la mais barata. Só que isso deve resultar em notícias menos precisas, transparentes e confiáveis.

  • Querem uma notícia boa? A confiança no jornalismo segue estável (40%). Show!

(MO)

Seguimos analisando a perda de relevância, o uso de inteligência artificial e os dados do Brasil. Na semana que vem falaremos sobre consolidação do vídeo, esperança no jornalismo local, desinformação, dentre outros tópicos abordados pelo relatório.

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